Ela
é mineira, formada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais e está
lançando seu décimo livro. Estamos falando da escritora Cidinha da Silva, que
estará em Salvador, na próxima terça-feira (06) para o lançamento de “#Parem de no matar!”. A obra fala
sobre o genocídio da juventude negra utilizando crônicas que foram escritas
entre os anos de 2012 e 2016. Na oportunidade, a escritora fará o lançamento
também de outro livro de poemas seu chamado de “Canções de amor e dengo”. Em entrevista ao repórter Marcelo
Nascimento, Cidinha conta um pouco sobre a sensação de participar de mais uma
estreia do seu trabalho e ressalta o prazer de estar em companhia de convidados
especiais.
Publicado
originalmente no Correio Nagô
Correio Nagô:
Conte-nos sobre o lançamento do livro “#Parem de nos matar” aqui em Salvador?
Cidinha da Silva:
Salvador será a sexta cidade na qual lançarei o livro em 2016. Já o fiz em
Santos, São Paulo, Rio de Janeiro, SEABRA e Caetité, as duas últimas na Bahia.
A expectativa é muito boa, pois a Katuka Africanidades sempre proporciona
momentos de muito calor e alegria no encontro com o público-leitor. Na
oportunidade, lançarei também o livro de poemas Canções de amor e dengo e, para
dar mais brilho à festa, contaremos com os comentários críticos de Davi Nunes,
Denise Carrascoza, Fábio Mandingo, Lindinalva Barbosa, Lívia Natália, Luciana
Moreno, Luís Carlos Ferreira, e Vilma Reis.
CN: O que te fez produzir um livro
que possui uma temática tão questionada pela comunidade negra?
CS:
#Paremdenosmatar não é um livro que se
tenha alegria ao fazer, é o contrário disso, pois fala da morte imposta à
população negra no Brasil, na diáspora e em África, tanto pelo extermínio
físico, quanto pela morte cultural e simbólica. Mas a Ijumma o fez belo como
objeto-livro sonhado e o entregamos muito felizes às mãos leitoras. A obra
trata também da resistência em suas 240 páginas, ao longo de 72 crônicas
escritas entre 2012 e 2016, pois, insistimos em viver. Trata-se de leitura
densa que exige estômago e coragem. É um livro que exige mais do que o
desgastado uso do termo “denúncia” para caracterizá-lo. Este #Paremdenosmatar!
é testemunha de acusação do genocídio contemporâneo da população negra. É
memória viva em transformação que se vale da crônica como suporte.
CN: Qual o sentimento ao ver a grande repercussão da sua nova publicação #Parem de nos matar?
CS: Lançar um livro
novo é motivo de grande alegria, sempre. Espero que o livro seja lido e
discutido em escolas, bares, saraus, universidades, equipamentos públicos de
educação e cultura, festas literárias e por todos os lugares, nos quais
mulheres, pessoas trans, crianças, jovens e homens negros estão.
CN: Pode adiantar um
pouco do que vai rolar em Salvador?
CS: Sim, estarei
presente e, como de hábito, dividirei a cozinha com a Katuka Africanidades.
Devo preparar pelo menos um prato para o nosso coquetel. Aproveito para
reforçar o convite a todas as leitoras e leitores do Correio Nagô para
celebrarmos o nascimento de mais duas obras de literatura negra.
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Cidinha da Silva fará lançamento de seu livro #Parem de nos matar" nesta terça-feira(06). Foto: Correio Nagô. |