Quando
há um caso de corrupção que vira escândalo e esse escândalo ganha dimensões
nacionais e "cai na boca do povo" o que normalmente a população
espera é que a "justiça seja feita". Entretanto, se quisermos
entender melhor os meandros da política temos que prestar atenção aos detalhes
em torno de tal evento.
O
ex-senador, e atual membro do Ministério Público goiano, Demóstenes Torres teve recentemente seu mandato cassado por quebra dedecoro parlamentar em função de suas ligações com o "empresário"
Carlinhos Cachoeira. Foi notório um sentimento de alívio e satisfação por parte
da opinião pública e de justiça por parte da cobertura da mídia, principalmente
pela sensação de impunidade em casos como esse. Ao que nos conste ele foi o
segundo senador a perder o mandato por tal motivo.
Em
política, os acontecimentos costumam dar-se ao inverso do que parecem, em
outras palavras, nem sempre o que parece é. Isso nos obriga a uma reflexão mais
profunda. Qual teria sido a causa da cassação de Demóstenes? Um perfeito
funcionamento institucional? A criação de um bode expiatório onde todos
estariam comprometidos? Uma boa repercussão eleitoral? Manda a prudência
científica dizer que ainda não sabemos (e que fique bem claro: nem sempre temos
instrumentos para saber).
Decorre,
então, uma velha pergunta: o que fazer? Precisamos achar as peças e montar
nosso quebra-cabeça. Podemos perguntar: houve quantos julgamentos deste tipo
para duas condenações? O que disseram acusadores e defensores sobre tal
assunto? Quantos pedidos deste tipo foram arquivados? Podemos também ver o
desfecho da CPI. Até o momento, a Comissão pouco avançou em comprovar o
envolvimento de políticos com o empresário Carlinhos Cachoeira.
Um
debate estrutural parece ter passado desapercebido frente a tantas denúncias e
informações: o fim do voto secreto no Senado (para cassações de mandato). Este
é um espinhoso debate político-jurídico que nossa Constituição nos deixou com
fim de resguardar a opinião dos legisladores frente a uma ditadura recém
acabada e que, dada a consolidação democrática, volta-se contra nós mesmos.
Por
fim é preciso dizer que o caso Demóstenes e a CPI do Cachoeira ainda aguarda o
seu final e que esta análise é parcial. Para usar uma alegoria secular é
preciso olhar a sombra (os dados que temos disponíveis) sem acreditar que ela
seja realmente o sujeito.
Com informações do Dadospolíticos
A FORÇA DE NOSSO QUERIDO BRASIL É A JUVENTUDE. PARABÉNS JOVENS.
ResponderExcluirSem dúvida. Agradecemos pela visita.
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