Megaeventos
esportivos como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos estão
associados, hoje em dia, à execução de grandes projetos de intervenção urbana.
A organização desses grandes eventos passa a fazer parte de um tipo de modelo
de planejamento urbano, o “empresariamento urbano” (para mais informações sobre
a noção de empresariamento urbano, ver: HARVEY, David. Do gerenciamento ao
empresariamento: a transformação da administração urbana no capitalismo tardio.
Espaço e Debates, São Paulo, Ano XVI, n.39, p. 48-64, 1996.), para o qual a
venda e/ou a reconstrução da imagem da cidade, moldada de acordo com as
necessidades de acumulação de capital, é um dos aspectos centrais.
Intervenções
pontuais capazes de estimular uma renovação urbana em diferentes áreas e a
construção de uma imagem de cidade sem conflitos são algumas das estratégias
necessárias para a implementação do empresariamento urbano. Essas áreas da
cidade, valorizadas por obras de infraestrutura e pela proximidade de
equipamentos esportivos, para atrair investimentos e novos negócios, tornam-se
palco de despejos e remoções dos moradores pobres, de rua e de habitações
irregulares, da repressão aos trabalhadores de rua, ambulantes etc. A cidade
também precisa ser livre de conflitos e, para tanto, a repressão policial
objetiva intimidar e impedir a ocorrência de manifestações dos críticos e
atingidos por essas mudanças.
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