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Aurélio Matias. (FOTO/ Reprodução/Facebook). |
Em
meio a maior pandemia do século, que já ceifou a vida de 200 mil pessoas pelo
mundo, só nos EUA são mais de 50 mil mortes, um país em que 30% da população é
negra, 70% dos mortos são afro-descentes, no maior império do mundo os pobres
estão morrendo. No Brasil, centenas de pessoas são enterradas em covas rasas, o
sistema de saúde SUS, que nos últimos anos sofreu vários cortes, em muitos
estados já está em colapso. No entanto, o presidente da República, contrariando
a OMS e o protocolo adotado por quase todos os países, de isolamento social,
minimiza os efeitos do vírus, diz, "é só uma gripezinha", cria uma
falsa dualidade ente a economia e a vida, participa e estimula aglomerações, defende o fim o do isolamento
social. Bolsonaro desempenha o verdadeiro papel de mensageiro da morte!
Mas
será ele um maluco? um louco? um Nero? Não! O capitão não é bobo, ele é sim um
sociopata, vive do conflito. Ao contrário dos anteriores presidentes na
história da república, que tiveram uma postura conciliatória, Bolsonaro
apresenta um outro comportamento tático. Não procurou unir a nação em torno de
plano contra a epidemia, que fosse capaz de socorrer as empresas, garantir o
emprego, preservar vidas e ajudar os desvalidos, ao contrário, queria liberar
apenas 200 reais de renda emergencial, o congresso aprovou 600 reais, mas é
grande a demora para o pagamento. Mantém uma constante crise politica com os
governadores, os prefeitos, o congresso, o STF, participa de manifestações que
pedem o retorno da Ditadura. Aposta no caos, para chegar ao centro da sua
intenção: a instalação de um Estado Policial Autoritário a partir da ocupação
dos espaços institucionais, o caso da Policia Federal é apenas um exemplo.
A
saída do ministro Sérgio Moro, representa um grande desfalque, uma quebra da
aliança com o lava-jatismo, Lawfare (guerra jurídica) que pavimentou a vitoria eleitoral de
Bolsonaro. O Juiz de Curitiba, não é
nenhum santo, recebeu treinamento nos EUA, mas suas declarações e provas
apresentadas é uma verdadeira peça acusatória, uma delação que pode acelerar o
Impeachment do presidente. As próximas
semanas serão decisivas.
No
entanto, mesmo isolado, o bolsonarismo
consegue mobilizar uma parcela da sociedade, milicias infiltradas nas
forças de segurança, vide o exemplo da greve da PM do Ceará, militares,
militantes da ultra-direita, seguidores de Olavo de Carvalho, conservadores,
empresários e grupos religiosos fundamentalistas, mesmo sendo minoria, esse
grupo influencia outros setores. Acuado,
mas apoiado pelos generais, o governo procura uma aliança com o centrão.
Nesse
momento, a vida e a democracia no Brasil
estão em risco. Uma primeira ação dos humanistas deve ser a solidariedade com as
pessoas que estão em necessidade, o apoio as entidades populares, a Igreja, que
buscam os mais vulneráveis. A sociedade precisa reagir em defesa da vida e da
democracia.
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Aurélio Matias é
professor, historiador, mestre em Ciências Sociais, diretor de formação
sindical da APEOC e autor do livro “Resistência, Rota de Fuga e Refúgio: o
Cariri cearense na ditadura militar”.
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