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Darlan Reis Jr. (FOTO/ Reprodução/ Facebook). |
Penso
que nós que sempre fomos desvalorizados, atacados, muitas vezes reprimidos
pelos governos e "gestores" da Educação, que no máximo vem com
aquelas frases vazias no "dia dos professores", pois bem, penso que
nós deveríamos ser mais respeitosos com a nossa própria trajetória.
Estamos
vivendo uma pandemia que escancarou as vísceras da desigualdade social no
Brasil. Dezenas de milhões não tem acesso à água encanada, milhões não tem
saneamento básico, famílias vivem amontoadas em habitações precárias.
E
algumas redes de ensino querem por que querem garantir uma
"normalidade" escolar? Querem discutir tecnicalidades pedagógicas?
Naquele velho padrão autoritário, verticalizado, hierárquico de sempre?
Nada
será como antes. Mas o que cabe à nossa categoria, tão sofrida, tão explorada e
desvalorizada fazer?
Acatar
tudo em silêncio e correr para atender às exigências, muitas vezes absurdas
desses "gestores" da Educação? Desses que muitas vezes tem origem na
sala de aula, mas há muito tempo não encaram uma aula para ministrar, mas
sempre vêm com suas planilhas, tabelas, exigências, reuniões
"pedagógicas", silenciamentos?
Qual
é o nosso verdadeiro papel numa sociedade conflagrada pela pobreza,
desigualdade e agora por uma pandemia? Como seremos retratados no futuro, se
aceitarmos tudo como "gado", expressão que é utilizada hoje em dia
para indicar os seguidores de Bolsonaro?
Na
minha opinião esse momento seria para reforçarmos nossos sindicatos,
federações, confederações e nos prepararmos para, assim que pudermos sair de
casa, irmos às ruas. Sim, nós professores e professoras de todo o país, irmos
às ruas para exigirmos uma mudança profunda na Educação! Se preciso, com uma
greve geral da Educação, unificando docentes de todos os níveis.
Não
é possível que entremos para a História como aqueles que sacrificaram a
educação de milhões ao aderir às "soluções" falaciosas dos
"gestores" que estão empurrando ensino "online" apenas para
garantir "dias letivos".
Peço
que reflitamos juntos, apesar de ter a consciência que provavelmente sou apenas
um que pensa assim.
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Darlan Reis Jr é
professor Associado da Universidade Regional do Cariri, Departamento de
História. Doutor em História Social pela Universidade Federal do Ceará. Tem
experiência na área de História, com ênfase em História Social, atuando
principalmente nos seguintes temas: mundos do trabalho, história agrária, lutas
sociais, escravidão, pobreza, direitos de propriedade, trabalhadores e suas
resistências. Líder do Núcleo de Estudos em História Social e Ambiente - NEHSA,
grupo de pesquisa cadastrado no CNPq. Coordenador do Centro de Documentação do
Cariri (CEDOCC). Coordenador do Curso de Graduação em História - manhã. Desde
junho de 2017 é pesquisador vinculado ao INCT-PROPRIETAS. É Mestre em História
Social pela Universidade Severino Sombra e Graduado em História pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Volta Redonda - UGB (1994).
O doutor Darlan é muito estudioso. Porém escreve um texto para falar a ouvidos mocos. Até mesmo os movimentos mais aguerridos fazem uma trégua num momento que o foco é sair da pandemia. Pior, com todas as vênias aborda de forma totalmente desconectada da realidade. Escancara como o distanciamento da Universidade do chão da sala de aula. Embora fora de combate, a educação como um serviço, mostra-se mais essencial do que muitos pensava muitos anos. A julgar por achar que a professora de poucas qualificações não educa. Muitas são como verdadeiras mães. A educação chama ao serviço pessoas que entende o que é gente, e como gente cria personalidade. A escola, as vezes, é o único lugar que muitos tem para alimentar o corpo e também a alma.
ResponderExcluirO educador que se preze não vai deixar de dar o suporte possível aos seus alunos. Independente de ter que repor dias letivos, total ou parcial.
Enumero dez argumentos que defendi numa pesquisa da União dos Cosnelhos Municipais de educação do Estado e eles publicaram na íntegra em seu documento:
1. Mantem os alunos e as famílias de qualquer forma mobilizados e
engajados em torno das discussões atuais;
2. O permanente contato de seus professores pode mantê-los numa
sintonia fina entre o crescimento intelectual e os descaminhos
típicos;
3. A educação pode ajudar na disseminação de boas práticas
informativas de enfrentamento ao covid-19;
4. Pode criar uma ociosidade positiva diminuindo os impactos de
conflito domiciliar;
5. Minimiza os danos sociais e econômicos, pois preserva o
emprego de militares profissionais da educação;
6. Mantem as Redes de ensino na retaguarda de apoio as outras
secretarias no amparo das famílias;
7. Na hipótese de (Não ficar mobilizada) a educação vai criar grande
insegurança jurídica entre sindicatos e prefeitura, com recesso,
ferias compulsórias e demissões;
8. Grande desarrumação nos quadros de pessoal no retorno
podendo prolongar as percas dos alunos.
9. Chance (quase) perfeita para políticas públicas destravar as
políticas de apoio as TI e redução da cultura do analfabetismo
digital tão brutal no meio docente;
10. Uma forma de não largar(negar) suporte as redes de ensino,
ainda em meio a uma calamidade global, mesmo podendo contar
apenas o monitoramento da família as dependências de
atendimento sejam a própria casa deles.