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Denis de Oliveira. (FOTO/ Reprodução). |
Os
recentes discursos do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores sobre os
efeitos da Covid-19 no Brasil escancaram práticas da necropolítica e a
normatização da violência no país, segundo o professor Dennis de Oliveira,
coordenador do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação
da USP (Universidade de São Paulo).
“Curioso perceber como, mais uma vez, tentam
criar um pensamento pretensiosamente racional para justificar um processo
genocida, dizendo que os mais fortes sobrevivem e que essa seria a única lógica
capaz de manter a economia funcionando. São exatamente essas ideias que
sustentaram as teorias do nazismo na Alemanha”, defende Dennis em
entrevista à Ponte.
De
acordo com Oliveira, que é autor dos livros Jornalismo e emancipação: uma
prática jornalística baseada em Paulo Freire (Appris, 2017) e A luta contra o
racismo no Brasil (Fórum, 2017), o conceito de necropolítica, desenvolvido pelo
filósofo e historiador camaronês Achille Mbembe, uma política “que decide quem
pode viver e quem deve morrer”, ganha visibilidade no país em um momento onde “o que está sendo colocado como opção aos
trabalhadores mais pobres é a escolha entre morrer de fome ou de coronavírus”.
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