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Paulo Guedes. (FOTO/ Isac Nóbrega). |
Contrariando
as expectativas – e as necessidades –, o auxílio emergencial de R$ 600, já
aprovado pela Câmara e pelo Senado e aguardando sanção do presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) permanece travado na área técnica do governo federal.
Nesta terça-feira (31), em vez de anunciar a liberação imediata do recurso, o
ministro da Economia, Paulo Guedes, preferiu promover um embate com o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), condicionando a renda mínima aos
trabalhadores informais à aprovação de uma proposta de emenda à Constituição
(PEC) pelo Legislativo do que está sendo chamado de “orçamento de guerra”.
“Nós gostaríamos de soltar os recursos, mas
precisamos de uma aprovação de fontes. Isso está autorizado pelo ministro, mas
não está autorizado pelo Congresso, precisa uma PEC”, justificou. A
alegação foi criticada pelo presidente da Câmara. Ele disse que o calendário
estabelecido pelo governo para os pagamentos não parece o de um apoio
emergencial.
O
“orçamento de guerra” prevê que,
durante a vigência da calamidade pública, o governo não precise cumprir a
chamada regra de ouro, norma que impede endividamento para pagar despesas
correntes. Mas isso pode ser feito por projeto de lei, em vez de uma alteração
na Constituição, como quer o ministro e o que exige muito mais tempo para
aprovação pelo Congresso.
A
demora na liberação dos recursos pelo governo Bolsonaro também foi alvo de
crítica de autoridades como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar
Guedes, que em seu perfil no Twitter, finaliza seu protesto com #PagaLogo.
Também o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas e o ex-ministro
da Fazenda Nelson Barbosa criticaram Guedes e exigem rápida providência do
governo federal em relação à população pobre do país.
“Não precisa de PEC para pagar o benefício de
600 e outras medidas fiscais. Basta mandar PL para emitir divida acima da regra
de ouro, como já previsto antes do Covid19. E uma MP de crédito extraordinário,
condicionar à PEC é desinformação ou chantagem”, disse Nelson Barbosa.
“Não adianta tentar colocar a culpa na Constituição Federal: as suas salvaguardas fiscais não são obstáculo, mas ferramenta de superação desta crise. O momento exige grandeza para se buscar soluções de uma Administração Pública integrada e livre do sectarismo. #PagaLogo”, argumentou Gilmar Mendes.
“Usar a "regra de ouro" - escrita
na Constituição para tempos de normalidade - como pretexto para atrasar a destinação
emergencial de renda mínima já aprovada pelo Congresso de R$600 a idosos,
pessoas com deficiência e trabalhadores informais não é simples omissão. É
ação. E grave”, destacou Bruno Dantas.
Com
informações de CartaCapital.
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