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Nicolau Neto com exemplar do livro Microfísica do Poder. |
A
obra Microfísica do Poder se configura com uma coleção de vários artigos,
entrevistas, debates e cursos, do filósofo francês Michel Foucault na década de
70 do século passado, e organizado pelo filósofo e professor titular do
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
No
livro, Foucault se debruça e analisa o poder e como seus mecanismos se apresentam
nas sociedades modernas e os relaciona com a medicina, psiquiatria, economia, geografia
e as diversos espaços sociais – hospital, prisão -, mas também a justiça, ao
Estado, a sexualidade e ao intelectual, etc.
São
textos que demonstram o método criado por Foucault, a genealogia em que ele se propõe
a explicar como e por que os saberes se assentam através de práticas econômicas
e políticas. Nesta obra, o filósofo francês apresenta a noção de poder em que
refuta a ideia de constatar a relação exclusiva entre aparelho de estatal e o
poder. Para ele, não há que se falar em poder, mas em relação de poderes, ou “rede
de poderes” que se espalha por toda a sociedade. Poder, então, não se verifica
apenas por uma única via. Sendo assim, poder além de ser repressivo, é também
normalizador e disciplinador.
Roberto
Machado explica que o sucesso de microfísica se dá por que o que Foucault
destacou nem o poder é total, nem o saber é unilateral e nos ensinou que onde
há poder e saber há resistência. Portanto, o filósofo francês procurou
contribuir para, talvez, o maior desafio que ainda hoje enfrentamos, diz
Machado e que eu reverbero – “produzir
conhecimentos capazes de se insurgirem contra a dominação burguesa que os
próprios saberes sobre o homem ajudariam a criar e a aperfeiçoar”.
O
livro foi um dos que li ainda no curso de História e foi inclusive um dos
autores que dentro da universidade me inspirou a escrever artigos. “Nada mudará a sociedade se os mecanismos de
poder que funcionam fora, abaixo e ao lado dos aparelhos de Estado a um nível
muito mais elementar, cotidiano, não forem modificados”, escreveu Foucault.
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