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Bolsonaro em Goiânia. (FOTO/Reprodução/Blog do Sakamoto). |
Um
helicóptero da Força Aérea Brasileira foi usado para transportar parentes e
amigos do presidente da República para o casamento de seu filho, o deputado
federal Eduardo Bolsonaro em maio - fato revelado pelo site G1. Diante de uma
pergunta da Folha de S.Paulo sobre o caso, um irritado Bolsonaro chamou a
questão de "idiota". Confrontado por outro jornalista a razão de não
ter respondido a pergunta, encerrou a entrevista coletiva, em Goiânia, e saiu
andando.
"Com licença, estou numa solenidade militar,
tem familiares meus aqui, eu prefiro vê-los do que responder uma pergunta
idiota para você. Tá respondido? Próxima pergunta." Ele não deixou a
jornalista Talita Fernandes terminar a questão.
Não
é a primeira vez que o presidente da República age de forma destemperada com
profissionais de imprensa. Mas começa a se desenhar um padrão nesse
comportamento agressivo e público: os casos mais gritantes envolvem mulheres
como alvos.
No
dia 10 de março, Bolsonaro usou sua conta no Twitter para compartilhar
informação falsa contra a jornalista Constança Rezende do jornal O Estado de
S.Paulo. No dia 16 de maio, atacou a repórter Marina Dias, da Folha de S.Paulo,
que lhe perguntou sobre os cortes no orçamento da educação, mandando-a
"entrar de novo numa faculdade que presta e fazer um bom jornalismo",
entre outras aberrações. Depois subiu o vídeo da cena para seus seguidores, que
a atacaram. No dia 19 de julho, difamou a jornalista Miriam Leitão, dizendo que
ela mentiu sobre ser torturada na ditadura (foi de fato) e que ela teria sido
da luta armada (nunca foi).
Sem
uma imprensa livre, os poderes político e econômico estariam bem à vontade para
fazer o que desejassem.
À
vontade, por exemplo, para levar parentes e amigos a uma festa de casamento do
próprio filho em um helicóptero das Forças Armadas - comprado com sacrifício
dos impostos de pessoas e empresas para o uso coletivo e não o benefício
individual de quem quer que seja.
Bolsonaro
acredita que é perseguido. Mas o jornalismo que tanto xinga, deu o mesmo
tratamento quando o caso envolveu a família do ex-presidente Lula. Em
reportagem de capa de 6 de janeiro de 2005, Eduardo Scolese e Julia Dualibi, da
Folha de S.Paulo, mostraram como o Palácio do Alvorada recebeu amigos de um dos
filhos de Lula, Luís Claudio, então com 19 anos, com transporte feito por avião
da Força Aérea Brasileira. Na época, houve grande repercussão desse uso bizarro
do patrimônio público pela família de um político.
Só
não lembra quem acha que a História começa e termina com sua própria ascensão
ao poder. E acredita que a culpa de todos os males é dos mensageiros. Ou
melhor, das mensageiras.
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Com
informações do Blog do Sakamoto. Clique aqui e confira íntegra do texto.
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