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Insulina produzida na Bahiafarma está entre os medicamentos distribuídos de graça pelo SUS / Mateus Pereira | Governo da Bahia |
Em
mais um golpe contra a indústria nacional de ponta, desta vez na área
farmacêutica, o governo Bolsonaro decidiu de maneira unilateral e sem qualquer
justificativa suspender os contratos com sete grandes laboratórios públicos
para produção de 19 remédios de distribuição gratuita pelo SUS– entre eles a
insulina e medicamentos para câncer e transplantados. A denúncia é do jornal O
Estado de S.Paulo.
Mais
de 30 milhões de pessoas dependem desses remédios no Brasil. Segundo o
periódico, nas últimas semanas os laboratórios receberam cartas do Ministério
da Saúde comunicando a suspensão de projetos de Parcerias para o
Desenvolvimento Produtivo (PDPs) – que entregam tais medicamentos ao governo a
preços 30% menores do que os de mercado.
Entre
os atingidos, estão laboratórios de reconhecida excelência, inclusive para os
parâmetros internacionais, como Biomanguinhos, Butantã, Bahiafarma, Tecpar,
Farmanguinhos e Furp. O cancelamento dos projetos geraria uma perda anual da
ordem de R$ 1 bilhão.
Também
devem ser encerrados contratos com laboratórios internacionais nacionais de
caráter privado, que trabalham em parceria com os públicos no desenvolvimento
dos remédios.
Procurado
pelo jornal, o Ministério da Saúde informou que o “ato de suspensão” é por um período transitório", enquanto
ocorre “coleta de informações”.
O
Estadão afirma, no entanto, ter tido acesso a um dos ofícios enviados aos
laboratórios, cujos termos de encerramento seriam categóricos.
“Comunicamos a suspensão da referida PDP do
produto Insulina Humana Recombinante Regular e NPH, celebrada com a Fundação
Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e
Distribuição de Medicamentos e solicitamos manifestação formal da instituição
pública quanto à referida decisão, no prazo improrrogável de dez dias úteis”,
diz o texto do ofício, segundo o jornal.
O
presidente da Bahiafarma e da Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil
(Alfob), Ronaldo Dias, afirmou que a entrega já programada continua garantida e
não haverá interrupção imediata no fornecimento.
Mas
no médio prazo, além de colocar em risco a saúde de milhões de pessoas, a
medida destrói aindústria nacional de medicamentos. "É um verdadeiro desmonte de milhões de reais de investimentos que foram
feitos pelos laboratórios ao longo dos anos, além de uma insegurança jurídica
nos Estados e entes federativos. Os laboratórios não têm mais como investir a
partir de agora. A insegurança que isso traz é o maior golpe da história dos
laboratórios públicos."
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Com informações
do Brasil de Fato.
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