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Gabrielly Sadovsky,
19, aluna de administração pública da FGV,
é primeira negra a presidir a
empresa júnior / Folha: Jardiel Carvalho -
Folhapress - Reprodução - Folha de
S. Paulo
|
A
presença de negros no ensino superior tem tido alguns avanços recentes, mas nos
melhores cursos do país o retrato racial é de uma desigualdade mais acentuada.
Dados
do Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação, tabulados pela Folha
mostram que o movimento de inclusão de alunos negros nos últimos anos não
alcançou a parcela de cursos mais bem avaliada e de melhor reputação. O cenário
inclui instituições públicas e particulares — ou seja: instituições com e sem
cotas.
Em
todos os cursos das 40 carreiras com mais alunos, 42% dos matriculados eram
negros (autodeclarados pretos e pardos), de acordo com dados de 2016. Esse
percentual era de 34% em 2011 —uma evolução de oito pontos percentuais.
O
panorama é outro ao analisar apenas os dez melhores cursos de cada carreira.
Nesse Top 10, apenas 27% dos alunos em 2016 eram negros. Em 2011, eram 26%.
A
relação dos dez melhores cursos foi extraída da última edição do RUF (Ranking
Universitário Folha), que cruza indicadores educacionais com pesquisas sobre
ensino e o mercado de trabalho. O RUF também segrega a análise de cursos às 40
carreiras com mais alunos, o que foi seguido pela reportagem para formar um grupo
mais homogêneo de análise.
A
relação inclui as carreiras mais tradicionais, como administração, medicina e
engenharia. No Top 10, estão instituições reconhecidas e desejadas por
estudantes — e que têm mais sucesso em empregabilidade.
A
Folha calculou os percentuais a partir do questionário dos alunos. Só foram
considerados para o cálculo os estudantes que responderam ao item sobre
raça/cor de pele.
A
reportagem adotou os dados de 2016 por já terem passado por revisão do MEC.
Podem ter ocorrido alterações no perfil de ingresso nesses cursos entre 2017 e
2019, mas tanto a diversidade de instituições que fazem parte do grupo Top 10
quanto o sistema de seleção de alunos indicam estabilidade do quadro geral.
Alunos por raça/cor de pele
Top 10
O
levantamento analisou dados das 40 carreiras com mais alunos no ensino superior
a partir do Censo da Educação Superior de 2016 (versão revisada) e de 2011.
Para mensurar a inclusão nos melhores cursos, a reportagem separou apenas os
dez mais bem colocados, dessas 40 carreiras, no RUF (Ranking Universitário
Folha). A classificação de cursos do RUF leva em conta indicadores educacionais
oficiais, como o Enade, além de pesquisas Datafolha sobre ensino e mercado de
trabalho.
Método
Foram
levados em conta apenas os dados de estudantes que declararam raça/cor de pele
no questionário do Censo
Fonte:
Censo da Educação Superior/ Inep; RUF
A
presença de negros subiu, entre 2011 e 2016, nas carreiras com mais alunos, mas
fica estagnada entre os 10 melhores cursos
Top
10
O
levantamento analisou dados das 40 carreiras com mais alunos no ensino superior
a partir do Censo da Educação Superior de 2016 (versão revisada) e de 2011.
Para mensurar a inclusão nos melhores cursos, a reportagem separou apenas os
dez mais bem colocados, dessas 40 carreiras, no RUF (Ranking Universitário
Folha). A classificação de cursos do RUF leva em conta indicadores educacionais
oficiais, como o Enade, além de pesquisas Datafolha sobre ensino e mercado de
trabalho.
A
comparação com 2011 ainda reforça o cenário de desigualdade entre as 40
carreiras e os dez melhores cursos, uma vez que a Lei de Cotas opera desde 2012
nas federais, ainda que com percentuais de inclusão incrementados ano a ano.
Dos
400 cursos que fazem parte do Top 10, 64% são de universidades federais, 25%
estão em estaduais e 13%, em particulares. Dessa forma, o retrato racial
identificado não reflete apenas o resultado da Lei de Cotas, que incide nas
federais.
____________________________________________________
Cum
informações do Ceert e da Folha de São Paulo. Clique aqui e confira íntegra da
matéria.
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