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Renato Janine Ribeiro. (FOTO/ Divulgação). |
De Ciro Gomes (PDT) a João Amoêdo (Novo). Esses foram alguns dos nomes (antes sequer cogitado) que assinaram um “Manifesto pela Consciência Democrática” e lançado na última quarta-feira (31), dia em que completou-se 57 anos de instauração da ditadura civil-militar no Brasil.
O
documento que é assinado ainda por mais quatro presidenciáveis –Luiz Henrique
Mandeta (DEM), João Dória e Eduardo Leite, ambos do PSDB) e pelo apresentador da
Globo, Luciano Huck (sem partido) - e visa, segundo seus signatários, defender a
democracia que afirmam está sob “ameaças”
e foi idealizada pelo ex-ministro da saúde de Bolsonaro, Mandetta.
Para
o filósofo, professor da USP e ex-ministro da Educação no governo Dilma Rousseff, Renato
Janine Ribeiro, a intenção dos presidenciáveis ficou muito “óbvia”, que é “fluir para uma
candidatura única.”
Janine
destaca que “há um quase consenso de que
Lula e Bolsonaro estariam no segundo turno” e que sendo assim, “a direita não-fascista estaria fora”.
A
tentativa explícita com o manifesto de lançar uma candidatura única para tirar
Bolsonaro do segundo turno em 22, vem em um momento de queda livre nos índices
de aprovação do ocupante do Palácio do Planalto muito em face da pandemia da
Covid-19 onde ainda impera um negacionismo à ciência e a falta de uma coordenação
nacional de enfrentamento à doença que já vitimou mais de 300.000 mil pessoas.
O
ex-ministro da educação avaliou dentre os assinantes do documento quais teriam
mais chances de ser o líder nesse processo. “Dos seis nomes, Amoedo está fora,
porque não tem mais nem o apoio de seu partido, além de estar muito próximo das
posições de Bolsonaro. Visivelmente, Huck não tem disposição a se arriscar, o
que já comentei várias vezes e não preciso repetir. Leite e Doria são ambos do
PSDB, só um deles iria para a vaga”.
Para
Janine, “Ciro, o mais progressista dos
seis, dificilmente se juntaria a eles se não fosse por ter mais chances do que
qualquer um de ser o titular da chapa. Seu vice poderia ser um dos dois tucanos
ou Mandetta. Eu apostaria num dos tucanos como vice.”
Segundo
o professor, o que justifica sua aposta nesses dois nomes é “retórica inflamada” de Ciro e “o saldo
positivo de ter lutado pelas vacinas” de Dória. “Seriam uma chapa com potencial. Sempre lembrando que é uma luta em duas
etapas: vencer Bolsonaro primeiro, e depois ir para o ringue com Lula”,
pontuou ele.
“Mais um ponto militando pelo nome de Ciro: a direita jamais ganhou uma eleição livre no Brasil com um insider. Dos seis nomes, o outsider em relação à direita é ele, que desde a ruptura com FHC (faz mais de 25 anos!) esteve do lado progressista”, frisou o filósofo.
A
análise de Renato Janine Ribeiro foi publicada em sua página na rede social
facebook.
Abaixo o Manifesto
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