Ficção e relato histórico se encontram em nova obra, que está em pré-venda online.
Dentre
as narrativas sobre a célebre figura de (Ch)Xica da Silva, personagem histórica
que viveu no século XVIII, destacam-se as retratadas pelo cinema e TV, ao som
de Jorge Ben Jor e sua música-tema. Poucos sabem que esta leitura tem origem na
construção da persona a partir do desfile do Salgueiro, em 1963. É sobre esse
capítulo da história que se debruça a pesquisa de Leonardo Antan, origem do
livro “Laroyê Xica da Silva: narrativas encruzilhadas de uma incorporação no
carnaval carioca”, com lançamento ainda este mês, pelo selo Carnavalize.
Ao
focar no desfile assinado por Arlindo Rodrigues e protagonizado por Isabel
Valença, o livro traça um panorama do período conhecido como “Revolução
Salgueirense”, quando a agremiação tijucana venceu seus primeiros títulos
trazendo inovações estéticas para as escolas de samba capitaneadas pelo
carnavalesco Fernando Pamplona. Entre os quatro capítulos que mesclam narrativa
ficcional e escrita acadêmica, o livro atravessa os campos da história da arte,
cultura pop, carnaval, macumba e sacanagem. “Como escritor de ficção, eu tentei imaginar o cenário por trás do
Salgueiro daquela década de 1960. É um ambiente cultural muito rico, que fala
sobre o movimento negro e de cultura popular do período”, explica Leonardo.
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Leonardo Atan. (FOTO/ Divulgação). |
Segundo
o autor, “a história é um exemplo da
força das escolas de samba na cultura nacional”, já que foi a partir dessa
apresentação revolucionária do Salgueiro que surgiu uma nova heroína nacional:
Xica da Silva. A personagem virou capa de revista e chegou até o Teatro
Municipal incorporada em Isabel Valença, o que ajudou na popularização da
personagem mineira. No olhar de Leonardo, Xica da Silva se tornou uma espécie
de pombagira, entidade afro-brasileira associada à Exu, que baixou tanto em
Isabel, como nas atrizes Zezé Motta e Taís Araújo.
O
livro “Laroyê Xica da Silva” é fruto do mestrado em História da Arte
no Instituto de Artes da UERJ, com orientação do professor Felipe Ferreira. Tem
a orelha assinada pela pesquisadora Helena Theodoro e o prefácio escrito pelo
historiador Luiz Antonio Simas, no qual afirma que “o texto pode ser lido de
várias maneiras: a encruzilhada não é metáfora, mas conceito fundante da
reflexão. O que posso dizer é que li o trabalho fabuloso de Leonardo Antan
sorrindo e, vez por outra, gargalhando.”
O
livro está em pré-venda na lojinha do Carnavalize e foi viabilizado com a lei
Aldir Blanc, através do Edital de Fomento à Produção e Aquisição de Bens e
Serviços da Secretaria Municipal de Cultura de Nova Iguaçu. Além do exemplar
autografado, acompanham ainda uma ecobag e um brinde surpresa.
Sobre o autor
Leonardo
Antan atua como escritor, curador e astrólogo. Graduado e mestre em História da
Arte pela UERJ, pesquisou a linguagem artística dos desfiles das escolas de
samba. Integra o projeto multiplataforma Carnavalize, dedicado à valorização e
resgate da nossa maior festa artístico-cultural. Já atuou como aderecista e
desenvolvendo enredos para o carnaval. Como curador, realizou exposições como
“Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães” e “Eu vim
me apresentar – Encontros, festas e Celebrações”, entre outras, que ocuparam a
Casa de Estudos Urbanos, Museu da História e da Cultura Afro-brasileira, Centro
de Artes Hélio Oiticica e Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. Na área
literária, além de ser editor do Selo Carnavalize, já publicou dois romances e
antologias de ficção LGBT+ pelo Se Liga Editorial.
Lojinha
do Carnavalize: https://carnavalize.lojaintegrada.com.br/
Site
do Carnavalize: http://www.carnavalize.com/
Instagram:
https://www.instagram.com/igcarnavalize/
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Texto encaminhado a redação do Blog por Pedro Nogueira.
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