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De 115.869 professores universitários no Brasil com título de Mestre, apenas 3.137 são negros. (FOTO/ Divulgação). |
Atualmente no Brasil, cerca de 16% do quadro de professores em universidades públicas são negros, enquanto no ensino privado esse número é de 18%. Os dados são da última pesquisa do Censo da Educação Superior 2018, realizado pelo MEC, e revelam, ainda, que, caso o Brasil continue neste ritmo, apenas em 2038 haverá equidade racial no corpo docente de universidades públicas e privadas do país. O quadro, que ainda é pequeno, era menor antes da aprovação da Lei de Cotas para concursos públicos no Brasil, em 2014. De lá para cá, houve um aumento de 60% de professores negros em universidades públicas. Os dados revelam a desigualdade no sistema educacional e escancara os desafios enfrentados cotidianamente por alguns docentes.
A
Lei 12.990 reserva 20% das vagas ofertadas nos concursos públicos para
candidatos autodeclarados pretos ou pardos. O principal objetivo desta Lei é
amenizar o índice de desigualdade entre negros e brancos no serviço público
brasileiro. “Ainda é notória a falta de professores negros e pardos no ambiente
universitário, seja ele público ou privado. Em termos de cor, eu me identifico
apenas com mais um colega de trabalho”, relata a professora universitária Ana
Cristina, mestre e doutora em Linguística e Língua Portuguesa.
Segundo Ana Cristina, a representatividade entre o corpo docente das universidades é essencial. “Se olharmos com atenção, veremos poucos alunos negros nas faculdades, o que mostra que ainda há muito por se fazer. Acredito que minha presença ali sirva para inspirar outras meninas que se identifiquem comigo, com a minha aparência, com a minha história. E também para que entre os demais alunos eu seja vista e respeitada”, pontua.
Os
dados do Censo da Educação Superior também apontam que quanto maior o título
acadêmico, menor é o número de negros diplomados; de 115.869 professores
universitários no Brasil com título de Mestre, apenas 3.137 são negros, o mesmo
ocorre com os doutores, já que, no país, são 2.517 doutores negros contra
80.774 doutores brancos.
Para
Ana Cristina, somente a Lei de Cotas não é suficiente; para mudar esta
realidade são necessárias ações afirmativas com recortes raciais e
socioeconômicos. “Sou fruto de ações
afirmativas, comecei a sonhar com o ensino universitário quando fui selecionada
no terceiro ano da faculdade de Letras na Unesp para um programa de pesquisa
que visava preparar alunos para a carreira de professor universitário. O
Programa selecionava alunos com boas notas e interesse em fazer pós graduação e
se não fosse esse programa eu não sei como seria, pois durante a graduação
enfrentei muitas dificuldades”, conta a Professora.
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Com informações
do Notícia Preta.
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