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(FOTO/ Tiago/ Reprodução/ RBA). |
Com faixas por “Fora Bolsonaro” e “demarcação já”, cerca de 130 indígenas, de seis estados, protestam nesta segunda-feira (19), Dia da Resistência Indígena, em frente à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em defesa de seus territórios e direitos constitucionais. A manifestação cobra a retomada dos processos de demarcação, paralisados desde a posse do governo de Jair Bolsonaro, e também protesta contra o Projeto de Lei (PL) 191, que legaliza a mineração em terras indígenas (TIs), ao PL 490/2007 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000 que impedem o reconhecimento dos territórios tradicionais.
Respeitando
o distanciamento social, a manifestação conta com a participação de
representantes dos povos Xerente, Krahô, Krahô Takaywra, Xokleng, Kaingang, Terena,
Guarani e Kaiowá, Kinikinau, Munduruku, Tupinambá e Arapium.
Em
entrevista a Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual, o secretário adjunto do
Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber César Buzatto, que participa do
protesto, resume que o ato é contrário a “todos
os instrumentos de ataques aos direitos indígenas. Dando apoio e reforçando a
decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou que o poder Executivo
promova a retirada de invasores de terras indígenas”.
Bolsonaro fomenta divisionismo indígena
De
acordo com Buzatto, o governo federal estava articulando e financiando a vinda
de lideranças com objetivo de criar uma manifestação em defesa da exploração
das TIs neste 19 de abril. A estratégia contava com o apoio de operadores
políticos ligados à mineração e ao agronegócio no Pará e no Mato Grosso do Sul.
A denúncia foi repercutida pela imprensa a partir de áudios de garimpeiros que
faziam pedidos de apoio a outros invasores e empresários locais.
Na
última quinta (15), o Cimi publicou um alerta urgente a todos os povos
originários e aos aliados da causa indígena diante da articulação. “O governo Bolsonaro dá sequência a uma
estratégia que já observamos há mais tempo, de tentar fomentar uma divisão
entre comunidades e povos indígenas. Uma tentativa do governo de buscar apoio
para as pautas que defende no Congresso, de modo particular, aos projetos de
lei e PECs que favorecem a exploração mineral, agropecuária e agroflorestal em
terras indígenas”, observa o secretário do Cimi.
Posição crítica ao governo
Um
dia antes do alerta, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas,
Alexandre Saraiva, enviou ao STF uma notícia-crime contra o ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota (Pros-RR). O delegado
aponta ter encontrado provas de que os dois atuaram para atrapalhar a
fiscalização ambiental. Salles, em 2020, chegou a interromper uma operação de
retirada de invasores da TI Munduruku em Jacareacanga, no Pará. Logo depois,
alguns garimpeiros e indígenas da região foram levados a Brasília em avião da
Força Aérea Brasileira (FAB) para reuniões com o governo federal.
Mas,
apesar das investidas, Buzatto destaca que continua sendo “evidente” que os projetos “só
interessam aos setores econômicos da mineração e do agronegócio”. “Os povos indígenas estão fazendo esse
contraponto no sentido de reafirmar sua posição crítica a esse governo”,
ressalta.
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Com informações da RBA.
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