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(FOTO/ Reprodução/ Alma Preta). |
Entre
as várias rebeliões de negros escravizados na província da Bahia, a Revolta dos
Malês ganhou grande notoriedade. Protagonizada, em 25 de janeiro de 1985, por negros
muçulmanos escravizados, o objetivo dos cerca de 1500 integrantes era libertar
seus companheiros islâmicos.
"Malê"
é um termo que designava os negros muçulmanos, que sabiam ler e escrever o
árabe. Entre suas principais lideranças está Manuel Calafate, Aprígio e Pai
Inácio. Luisa Mahin, embora não tenha registros oficiais de suas participações
nos levantes baianos, também teria tido participação estratégica. Luisa
pertencia à nação nagô-jeje, originária do Golfo do Benin, e sua casa teria
sido o quartel general da Revolta.
Os
malês arrecadaram dinheiro para comprar armas e redigiram planos em árabe, mas
foram denunciados. Conseguem, ainda, atacar o quartel que controlava a cidade
mas, devido à inferioridade numérica e de armamentos, acabaram massacrados
pelas tropas da Guarda Nacional, pela polícia e por civis armados que estavam
apavorados ante a possibilidade do sucesso da rebelião negra.
No
confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos
negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações
variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites,
mas todos foram barbaramente torturados, alguns até à morte. Mais de quinhentos
africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África.
Apesar
de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às
elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do
regime escravocrata, ameaça que esteve sempre presente.
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Com
informações do Alma Preta.
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