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Durante sua gestão, o ministro foi pródigo em declarações nada edificantes sobre o ensino público e suas instituições. (FOTO/ Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil). |
O
Ministério Público Federal (MPF) em Brasília detectou mais um problema no
Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Segundo despacho do procurador Felipe
Fritz Braga divulgado hoje (29), um “expressivo
número de cursos em todo o país” teve vagas reservadas à população com
deficiência em número inferior ao determinado pelas normas, de acordo com a Lei
nº 12.711/2012 (a Lei de Cotas). “Ou
mesmo não tiveram nenhuma vaga reservada para esses candidatos.” O
procurador pede esclarecimentos ao Ministério da Educação (MEC).
Os
inéditos erros na correção de quase seis mil provas do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) de 2019 e as falhas no Sisu são apenas o último grande problema da
gestão do ministro Abraham Weintraub no Ministério da Educação. Curiosamente, o ministro chegou a declarar que o Enem de
novembro foi “o melhor de todos os tempos”.
A
passagem de Weintraub pelo MEC é marcada por uma longa série de polêmicas,
ataques a estudantes, professores, universidades públicas e à União Nacional
dos Estudantes (UNE). Sobretudo, é considerada causadora de grave retrocesso na
educação brasileira. “Para a educação,
2019 não foi nem um ano perdido, foi de retrocesso”, disse recentemente,
por exemplo, o presidente da UNE, Iago Montalvão.
O
bloqueio de 30% das verbas do orçamento para custeio das universidades federais
foi o primeiro ato de destaque do ministro, que em abril de 2019 substituiu o
ex-chefe da pasta Ricardo Vélez Rodríguez: no final do mesmo mês, o MEC
anunciou o corte global de R$ 1,7 bilhão das instituições. Como resultado de
sua medida orçamentária, Weintraub provocou uma onda de manifestações em mais
de 200 cidades de todo o país, reunindo mais de um milhão de pessoas. O governo
recuou e as verbas voltaram às universidades.
Outra
ação do MEC sob Weintraub foi o corte das bolsas de mestrado e doutorado, que
caíram pela metade no orçamento de 2020, de R$ 4,25 bilhões, em 2019, para R$
2,20 bilhões em 2020. Muitos estudantes abandonaram projetos ou deixaram de
ingressar em pesquisas.
Quando
o governo recua, os efeitos das medidas são quase sempre graves e
irreversíveis, como também observou o presidente da UNE em entrevista à RBA. “Eles recuam, mas o problema é que lançam ataques à educação, propostas
que trazem retrocesso, e quando há o recuo já se perdeu todo um período em que
poderiam ser criadas políticas públicas.”
Durante
sua gestão, o ministro foi pródigo em declarações nada edificantes sobre o
ensino público e suas instituições. Para ele, as universidades são antros de “balbúrdia”, abrigam plantações de maconha
e produzem drogas sintéticas. A intenção do ministro é ”desqualificar o ambiente das universidades”, na opinião do
dirigente da UNE. Ele defende ações da polícia nas universidades.
Sobre
os professores, Weintraub afirmou, em setembro, que é preciso “atacar a zebra mais gorda”, referindo-se
ao salário dos docentes universitários das instituições federais.
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Com
informações da RBA. Clique aqui e confira íntegra do texto.
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