![]() |
Em 30 de janeiro de 1948, Gandhi foi assassinado por um hinduísta fanático; o líder lutou, por meios pacíficos, por uma Índia independente. (FOTO/ AFP). |
Em
viagem à Índia, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que fará, no sábado (25),
uma visita ao Memorial de Mahatma Gandhi, líder da campanha de independência
indiana na primeira metade do século 20. Referência de movimentos por direitos
civis e liberdade em todo o mundo, Gandhi propagou a não-violência como método
de luta e enfrentamento às opressões econômicas, políticas e sociais.
Apesar
das diferenças ideológicas, Bolsonaro deverá colocar flores sobre o túmulo onde
estão as cinzas do líder indiano, a exemplo do que fizeram os ex-presidentes
brasileiros Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
durante seus mandatos.
A
visita ao memorial ocorre a convite do primeiro-ministro indiano, Narendra
Modi, principal representante do nacionalismo hindu e integrante do Bharatiya
Janata (BJP). Fundado em 1980, o partido tem, em suas origens, ligação com o
grupo paramilitar Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), responsável pelo
assassinato de Gandhi em 1948. Hoje, por outro lado, a sigla diz estar alinhada
com as ideias do líder independentista.
Assim
como Bolsonaro, Modi encabeça um governo de extrema direita, aposta na liberalização
da economia e na desregulamentação do mercado e é acusado de perseguir minorias
e grupos opositores. Nos últimos meses, ele foi criticado por promover
perseguições a muçulmanos por meio de mudanças na Lei de Cidadania do país.
Em
entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, a professora de estudos religiosos
Supriya Gandhi, bisneta do líder da independência indiana, afirma que Bolsonaro
se junta ao governo local na tentativa de se apropriar e distorcer o legado de
Mahatma Gandhi. “Eles querem um Gandhi
despido de seu poder e de sua força radical”, analisa.
Supriya
Gandhi é Ph.D. pela Universidade de Harvard e professora sênior na Universidade
de Yale, nos Estados Unidos, em estudos religiosos. Na entrevista, às vésperas
do 72º aniversário do assassinato de Gandhi, ela também critica a postura
repressiva do governo indiano e comenta a relevância dos ensinamentos do
bisavô.
___________________________
Com informações do Brasil de Fato. Clique aqui e confira a entrevista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!