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Boaventura diz que o Fórum Social Mundial está moribundo e que é preciso transformá-lo em agente político. (FOTO/ Reprodução/ TVT). |
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos voltou a defender a luta urgente para tirar do poder o presidente Jair Bolsonaro. Em participação no programa Revista Brasil TVT neste domingo (25), Boaventura cobrou atuação mais direta dos movimentos do país. “O que estão a fazer os movimentos sociais para parar Bolsonaro?”, provocou, durante conversa com os jornalistas Rafael Garcia e Nahama Nunes.
Coordenador
científico do Observatório Permanente da Justiça do Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra e presença constante no Fórum Social Mundial (FSM),
que começou hoje (25), Boaventura disse que, dos 2.805 participantes do evento,
1550 são brasileiros. Mas que o “o país
do FSM continua a dormir”. “Essa é a situação em que a gente se encontra.”
Ele
ponderou sobre o avanço de governos de extrema direita em diversos países.
Citou o exemplo de Portugal, que reelegeu neste domingo (24), Marcelo Rebelo de
Sousa. Na disputa, um candidato da extrema esquerda, André Ventura, ficou com
cerca de 10% dos votos. “Um mal sinal que
mostra a virulência da extrema direita.”
Perigo para o Brasil
Referindo-se
ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o sociólogo chamou atenção
para muitos políticos que chegam ao poder democraticamente, não exercem o cargo
democraticamente e não querem deixar o cargo democraticamente”. E emendou: “Eu prevejo algo que pode ser extremamente
perigoso para o Brasil no futuro.”
Boaventura
lamentou o enfraquecimento do FSM, que completa 20 anos. “O Fórum Social Mundial está moribundo”, disse, referindo-se à falta de
representação de muitos países. “É muito pouco para um fórum mundial que mais
da metade (dos participantes) são de um mesmo país. É bom que tenha o Brasil,
mas o Fórum tem dificuldade de trabalhar.”
E
defendeu que o evento vá além de uma reunião onde se discutem alternativas
contra o neoliberalismo e depois cada um vai para casa, não acontecendo nada. “Tem de ser um agente político que provoque
ações regionais e nacionais, com protestos nas ruas, para ter impacto na
opinião pública, para defendermos a democracia”, disse, emendando que as
instutições não são de confiança.
“É muito importante o Supremo Tribunal Federal,
o Congresso, os partidos. Mas o povo tem de vir às ruas, demonstrar que não
quer perder a democracia e nem a Constituição. Se aqui em Portugal nós não nos
mobilizarmos, se nos Estados Unidos não se mobilizarem, nós podemos assistir a
essa coisa trágica, que a democracia morra de maneira democrática, pelos
políticos que chegaram ao poder de forma democrática”.
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