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Há 61 anos 20 mil negros protestavam contra a lei do passe. (FOTO/ Bailey's African History Archives) |
Há 61 anos ocorria o massacre do bairro de Sharpeville durante o regime do apartheid, na província de Gauteng, na África do Sul.
Em
21 de março de 1960, cerca de 20 mil negros protestaram contra a lei do passe, que os obrigava a estarem
com cartões de identificação, indicando os locais por onde eles podiam andar. No
Regime de Segregação Racial africano, o apartheid, quem não estivesse com esse
documento eram detidos.
A
manifestação era pacífica, mas foi duramente reprimida por tropas da polícia
a mando do governo, que resultou na morte de mais de 60 pessoas e ferindo outras
200. Após o massacre, a Organização das Nações Unidas (ONU), para não deixar no
esquecimento essa tragédia instituiu o 21 de março como o Dia Internacional de
Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
A organização
traz no Artigo I da Declaração sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial o seguinte:
“Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública”
No Brasil,
onde a História do país se confunde com a história do processo de escravização
da população negra e onde mais da metade dos habitantes brasileiros são negros,
o racismo se dá de múltiplas formas, mas não é tratada como deveria. Aliás, em
muitos lugares e para muitas pessoas, ele simplesmente não existe sob a
famigerada discussão da “democracia racial”.
Diante deste cenário, é preciso trazer para o centro das discussões a pauta racial. Mudar e transformar cada espaço passa necessariamente pelo combate ao racismo e concomitantemente pela promoção da equidade. As instituições precisam assumir seu papel na luta antirracista disseminando o debate a respeito da questão racial, contribuindo para desarranjar todas as formas de discriminação e preconceito presentes diariamente.
Precisamos nos lembrar sempre destes 21 dias
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