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Dentre as medidas de Bolsonaro para impedir o enfrentamento a Pandemia, o corte de verbas para UTI é considerada uma ação criminosa. (FOTO / Fábio Rodrigues Pozzebom). |
O corte de verbas para financiamento de 72% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes com covid-19 pelo governo de Jair Bolsonaro é considerado uma conduta criminosa pelo ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Gonçalo Vecina. “(É uma atitude) criminosa. Nós já tínhamos poucos leitos de UTI antes dessa crise sanitária e esse aumento do número de leitos de UTI era inclusive uma esperança nossa de que continuasse a valer para que a gente tivesse um melhor cuidado na assistência após a covid-19. Agora esses leitos foram gradativamente sendo retirados, silenciosamente, como se ninguém fosse perceber”, disse Vecina, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Em
dezembro, o governo Bolsonaro repassava verba para a manutenção de 12.003
leitos de UTI para covid-19. Hoje (10) são financiados 3.372. Os dados são do
Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). A redução se dá em meio ao
momento mais grave da pandemia do novo coronavírus no Brasil, com quase todos
os estados à beira do colapso no sistema de saúde e mais de 2 mil mortes
ocorrendo por dia.
Colapso provocado
Dados
do Conass mostram que o corte do financiamento de leitos de UTI para covid-19
pelo governo Bolsonaro foi total em Goiás, Maranhão, Acre e Rondônia. Em São
Paulo, que tem o maior número de leitos de UTI do país, a redução foi de 81%.
Semelhante ao ocorrido em Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do
Sul, Mato Grosso, Amazonas, Ceará, Paraíba e Sergipe. A redução no
financiamento desses leitos bate com o período de colapso generalizado na saúde
em todo o Brasil.
Governadores
ingressaram com ações judiciais no Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguiram
que o governo Bolsonaro fosse obrigado a retomar o financiamento dos leitos de
UTI para covid-19. No entanto, passados 15 dias da decisão judicial, o
Ministério da Saúde não fez qualquer repasse de verbas. Hoje (12), a ministra
Carmem Lúcia deu 48 horas para governo federal explicar descumprimento da
decisão. Apenas para São Paulo, o ministério deve repassar R$ 245 milhões por
mês, mais R$ 1,4 bilhão em valores atrasados de repasses.
Para
o médico infectologista e diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo, Gerson
Salvador, o governo Bolsonaro deixou de financiar UTI para covid-19 como parte
de uma estratégia de descontrole da pandemia.
“O presidente Bolsonaro reduziu o
financiamento das UTI, criou incidentes diplomáticos que dificultaram a
importação de matéria prima para a vacinação, não comprou as doses de vacinas
que foram oferecidas para poder imunizar rapidamente a nossa população. Além
disso, boicota o uso de máscara, medidas de distanciamento social, promove
tratamentos ineficazes. Tudo isso mostra para a gente que a intenção do
presidente Bolsonaro, e do seu governo, não é controlar pandemia, porque ele se
beneficia politicamente de seu descontrole”, afirmou Salvador.
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