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Meire Alencar. (FOTO/ Reprodução/Facebook). |
Texto: Nicolau Neto
A
professora e ex-diretora da Escola de Ensino Médio Santa Tereza, Meire Alencar,
lançou na tarde deste domingo, 16, nota sobre a destinação dos recursos do precatório
do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (FUNDEF).
O
assunto voltou ao centro das discussões recentemente tão logo houve uma decisão
do juiz da comarca de Nova Olinda, vinculada à Altaneira, Herick Bezerra
Tavares, em que ele considera que os valores deste fundo devem ser investidos
na educação, afastando, pois, a possibilidade de que a maior parte dele
(leia-se 60%) seja rateado com a classe docente, conforme apregoa o Art. 22 da
Lei 11.494/2007, a lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O caso gerou
uma grande repercussão. (Clique aqui e acompanhe como foi).
Sem
mais delongas vamos a nota.
“Colegas
professores!
(Tentarei
ser mais clara e breve possível)
No
final da tarde dessa última quinta, dia 13, ao olhar um grupo de WatsApp fui
surpreendida como todos vocês com a nota da Prefeitura Municipal sobre
Precatórios do Fundef. Em princípio, pensei que fosse até uma brincadeira, isso
porque há poucos dias nesse mesmo espaço, havia sido divulgada uma outra
opinião do promotor totalmente adversa aquela. Tive a mesma atitude quando li a
opinião do promotor: vi todos os comentários e ouvi com muito cuidado, todos os
áudios. É óbvio que pelo nível profissional, a última opinião instigou vários
tons textuais. Naquele momento senti vontade de participar da discussão com a
minha humilde opinião, mas, recuei. Precisava saber mais, sentir mais, ouvir
mais e olhar nos olhos dos colegas como eu, envolvidos nessa busca de reconhecimento
de direitos. Assim o fiz. Recebi alguns na minha casa, encontrei outros em
locais públicos e realizei algumas visitas. Antes de tecer comentários sobre o
sentimento coletivo, preciso deixar bem transparente que a nossa conversa
independe completamente de opção partidária, lembrando que essa nossa caminhada
começou há mais de dois anos e é claro, que temos no mesmo grupo, pessoas que
votam na situação, outros na oposição e outros, segundo eles, sem partido
definido. Porém, todos que eu mantive contato tiveram praticamente a mesma
reação: ausência de ódio nas palavras proferidas, sem revolta nos gestos, mas,
demonstraram claramente uma profunda tristeza, grande apatia e um olhar perdido
carregado de angústia e descrença! Garanto a vocês que foi justamente essa
reação coletiva que me trouxe aqui.
Em
uma das casas visitadas, o esposo de uma professora fez comparações sobre a
nossa busca com a atual política nacional e tentou contagiar os familiares para
o desfecho negativo dessa nossa luta. A mãe de outro professor, falou na reação
do comércio local caso recebêssemos agora. Um avô de outra professora explicou
o pensamento dele através de parábola: "essa história de lutar contra o
poder é igual a uma criança faminta com um pão nas mãos, aí vem um mais forte e
pega o pão!" Ouvi vários comentários nessa mesma linha. Quando eles
terminavam de jogar toda amargura e descrença, eu os lembrava que todos nós já
sabíamos que não seria diferente caso a opinião judicial fosse a nosso favor.
Haveria recursos e levaria mais tempo para a decisão final. Até aqui, nenhuma
novidade. Mostrei pra eles que as redes sociais revelaram algo muito positivo
para o grupo; o não compartilhamento da nota pelos professores e até o silêncio
deles, mostravam claramente a nossa união para o mesmo propósito. Revelavam
também, antes de qualquer outro sentimento que nós somos sobreviventes da
esperança!
Temos
esperança de iluminar o caminho dos nossos alunos na formação do seu caráter.
Temos
esperança que os mais indisciplinados aceitem nosso abraço e consigam andar por
novas trilhas até chegar no ser humano do bem!
Temos
esperança de poder sempre contribuir para um mundo mais justo, mais igualitário
e mais fraterno!
Todos
nós carregamos essa mola propulsora denominada esperança! Então, meus colegas,
somos movidos por essa força e pela crença absoluta de estarmos lutando
exclusivamente pelos nossos direitos! NÃO NOS DESANIMEMOS!
60%
dos Precatórios do Fundef ainda serão destinados aos professores!
Avante!”.
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