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'Estou com 74 anos e não tenho o direito de ter ódio no meu coração', disse Lula. (FOTO/Victor Saavedra/CartaCapital). |
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está de volta à luta política e tem
como questão de honra brigar para recuperar o país. Esse foi, em síntese, o
recado de seu discurso histórico, proferido em frente ao Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, na tarde deste sábado (9), depois de ter
sido solto ontem após 580 dias preso na sede da Polícia Federal em Curitiba.
“Estou com mais coragem de lutar do que
quando saí daqui. Lutar para que o trabalhador tenha carteira assinada, tenha
direito de reunir a família, fazer um churrasco e tomar uma cervejinha, que é o
que deixa a gente feliz”, afirmou para a multidão que se aglomerou em
frente ao prédio do sindicato.
“Veja que não estou pedindo nem pra todo
mundo ser corintiano. Pode ser palmeirense, santista, são paulino, pode ser
flamenguista, mas a única coisa que estou pedindo pra vocês é o seguinte: eu
vejo todos os companheiros que estão aqui reclamar que está difícil levar o
povo para a rua, tem gente que fala que precisa derrubar o Bolsonaro,
impeachment. Esse cidadão foi eleito. Democraticamente nós aceitamos o
resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos, agora, ele foi
eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os
milicianos”, criticou.
“Ele não pode fazer investigação do que eles
fizeram para matar a Marielle. Não é a gravação do filho dele que vale. É
preciso que haja uma perícia séria para que a gente saiba definitivamente quem
foi que matou a nossa guerreira, amada Marielle, a grande vereadora do Rio de
Janeiro, grande companheira defensora das mulheres”, destacou Lula sobre o
caso em que o presidente Bolsonaro interferiu nas investigações da morte da
vereadora, depois que veio à tona que Élcio de Queiroz, um dos supostos
executores, esteve no seu condomínio horas antes do crime.
“Estou com 74 anos e não tenho o direito de
ter ódio no meu coração. Eu não sabia que ia me apaixonar, eu estou com 74
anos, energia de 30 anos e tesão de 20. Eu não tenho que ficar nervoso. A única
coisa que me motiva é governar para o povo necessitado”, disse ainda Lula.
Ele
também falou sobre os próximos passos de sua defesa no judiciário. “O que queremos é que seja julgado no STF o
habeas corpus anulando todos os processos contra mim. O Moro é mentiroso, o
Dallagnol é mentiroso. Tudo o que o Intercept fala foi escrito pela minha
defesa antes. Foi para me tirar da disputa eleitoral”, disse o ex-presidente
em referência aos processos da Lava Jato contra ele.
Ao
iniciar o pronunciamento, pouco antes das 15h, Lula criticou a Rede Globo. “Você não têm dimensão do que significa o dia
de hoje. Lá em cima está o helicóptero da Rede Globo para falar merda outra vez
sobre o Lula e sobre nós”, afirmou.
Relembrando
o dia de sua prisão, 7 de abril de 2018, o ex-presidente, quando parte da
militância do partido se manifestou contrária a que ele aceitasse a prisão,
Lula disse que “quando o homem tem
clareza do que quer, e sabe que seus algozes estão mentindo, eu tomei a decisão
de ir lá eu preciso provar que o juiz não era juiz, mas um canalha que estava
me julgando”. Ele também disse que o
procurador Deltan Dallagnol “montou uma
quadrilha”, inclusive para pegar dinheiro da Petrobras.
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Com
informações da RBA.
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