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(FOTO/JOSÉ CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL). |
Em
entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sérgio Moro, descartou a possibilidade de se afastar do cargo devido à
divulgação de suas conversas com os procuradores da Lava Jato pelo site The
Intercept Brasil. Ele afirmou que o País está diante de um crime cometido por
uma organização criminosa: “Fui vítima de
um ataque criminoso de hackers”, declarou, reafirmando que seu celular foi
clonado.
Moro
alegou que vê viés político-partidário na divulgação das mensagens e indicou
que réus e investigados pela Lava Jato têm interesse no processo. Para ele, não
há ilicitude nas trocas de mensagens, mas um “sensacionalismo”. “Estou
absolutamente tranquilo em relação à natureza das minhas comunicações”,
declarou.
O
ministro também afirmou que não é possível reconhecer a autenticidade das
mensagens trocadas, justamente por estarem sendo divulgadas paulatinamente. “Eu não posso reconhecer a autenticidade
dessas mensagens, porque é assim, em vez de eles apresentarem tudo, e que a
gente possa verificar a integridade desse material, eles estão com essa ideia
de apresentar paulatinamente. E eu não excluo a possibilidade de serem
inseridos trechos modificados, porque eles não se dignaram nem sequer a
apresentar o material a autoridades independentes para verificação”,
criticou.
Moro
não descarta a possibilidade de “inserções
maliciosas” nas mensagens, que foram trocadas há cerca de dois ou três anos
atrás e afirma que o site The Intercept Brasil não tem transparência em relação
ao conteúdo divulgado.
O
ministro ameniza a comunicação travada entre ele, então juiz da operação, e
demais integrantes da força tarefa da Lava Jato. “Isso do juiz receber procuradores, delegados, conversar com delegado,
juiz receber advogados, receber demanda de advogados, acontece o tempo todo.
Sei que tem outros países que têm práticas mais restritas, mas a tradição
jurídica brasileira não impede o contato pessoal e essas conversas entre juízes,
advogados, delegados e procuradores”, declarou, afirmando que o contato não
contaminou a operação.
Ainda
de acordo com reportagem do Estadão, Moro também descartou a possibilidade da
divulgação das mensagens levarem à anulação do processo do tríplex do Guarujá,
que levou à prisão do ex-presidente Lula. “Olha,
se tiver uma análise cautelosa, se nós tirarmos o sensacionalismo que algumas
pessoas interessadas estão fazendo, não existe nenhum problema ali. Foi um caso
decidido com absoluta imparcialidade com base nas provas, sem qualquer espécie
de direcionamento, aconselhamento ou coisa que o valha”, declarou em outro
trecho da entrevista.
Para
Moro, o atual governo não tem responsabilidade sobre o acontecimento, embora
reconheça o apoio de Bolsonaro desde o início de seu trabalho. “Desde o início o presidente me apoiou.
Agora, esse foi um trabalho realizado enquanto eu não era ministro. Então não é
responsabilidade do atual governo”, declarou. Ele também negou a ideia de
um possível isolamento e disse que há um “sensacionalismo”
que tenta manipular a opinião pública nesse sentido.
O
ministro deve ir ao Senado no próximo dia 19 de junho prestar esclarecimentos
sobre as mensagens divulgadas. “Sempre me
pautei pela legalidade e estou me colocando à disposição para esclarecer no que
eu posso.” Moro diz não se preocupar com a possibilidade de divulgação de
novas mensagens. “Não tem nada ali, foi
sensacionalismo barato.”
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Com
informações de CartaCapital.
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