Ao
percorrer a onda de mentiras contra Marielle Franco o jornal O Globo, apoiado
em dados colhidos pelo Laboratório de
Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito
Santo (Ufes) , encontrou uma peça
fundamental que já tinha sido denunciada no ano passado pelo Catraca Livre : o
site ceticismo político, sem expediente
nem fonte de contato, usado frequentemente como referência pelo MBL. Portanto,
um site-fantasma.
Seu
suposto editor Luciano Ayan é um mistério: não há nenhuma foto dele nem dados
sobre sua vida em fontes confiáveis. O site é registrado na Dinamarca -
portanto, é impossível rastrear seus verdadeiros donos.
Esse
site foi, no ano passado, um dos núcleos de ataque contra o Catraca Livre, no
geral, e seu fundador, Gilberto Dimenstein, em particular, quando investigamos
as ações do MBL nas redes sociais, usando sites e perfis falsos. Para ver as
ligações do site com o MBL basta fazer uma procura do Google. É uma infinidade
de posts elogiando ou defendendo o MBL produzidos pelo Ceticismo Político.
Mas
o MBL afirma não conhecer Luciano Ayan. Ou seja, elas replicam há anos um site,
a quem conferem crediblidade, sem nunca se perguntar quem é o editor. Ou mesmo
se existe,
Mostramos
o funcionamento do JornaLivre, que não tinha nome de editor nem expediente.
Diante da pressão, "Roger Scar" assumiu a autoria. É uma rede que se
alimenta, compartilhando posts e perfis.
Neste ano, o Ceticismo Político atacou duramente João Dória porque Dimenstein
foi condecorado como a medalha Cidade de São Paulo - a mesma opinião foi
compartilhada por sites que giram em torno do MBL.
O
Ceticismo Político validou as opiniões da desembargadora Marília Neves contra
Marielle Franco, acusando-a de vinculações com o crime organizado. O link foi
compartilhado 360 mil vezes no Facebook, graças a essa dobradinha com o MBL.
Leia
um trecho da matéria do O Globo:
Luciano
Ayan tem o domínio ceticismopolitico.org desde novembro de 2017. O site está
registrado por uma empresa com sede na Dinamarca, usada para manter oculto o
nome verdadeiro do proprietário do domínio. Ayan já usou o artifício em outras
ocasiões. Antes, ele manteve o Ceticismo Político com outro endereço — o
ceticismopolitico.com. Na ocasião, o domínio estava registrado por uma empresa
do Canadá, também usada para esconder o proprietário real do site.
A
atuação de Ayan é motivo de controvérsia na internet antes mesmo da criação do
Ceticismo Político. Em 2004, quando a rede social mais popular era o Orkut,
Ayan era apontado como dono de comunidades que estimulavam polêmicas. Sem
revelar a real identidade, Ayan também não exibe fotos em suas contas nas redes
sociais. Além da página do Ceticismo Político no Facebook, que tem 105 mil
seguidores, ele mantém o perfil Luciano Henrique Ayan, com cerca de 2,4 mil
seguidores.
O
GLOBO perguntou ao MBL por que o grupo publica conteúdos de Luciano Ayan mesmo
alegando não conhecê-lo:
—
Porque a gente prefere compartilhar o que bem entende e prefere acreditar na
mídia independente do que no GLOBO — respondeu Renato Battista, um dos
coordenadores do grupo. (Com informações
do Catraca Livre).
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Crédito/ Esse infográfico produzido pelo jornal O Globo mostra a rota das mentiras contra Marielle. |
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