O
colunista Leonardo Sakamoto comenta a pesquisa que mostra que 84% da população
quer a redução da maioridade penal para crimes graves. “A medida encontra menos
respaldo entre os ateus (65%) do que entre aqueles que se declaram religiosos.
Ela alcança 86% junto aos católicos, 84% com evangélicos e espíritas e 91% com
os adeptos de outra religião.
De
acordo com Sakamoto, “nosso país se
entrega ao autoengano das soluções rápidas e ineficazes para o medo da
violência cotidiana”. Para ele, é interessante constatar que a proposta
seja mais aceita justamente pelas pessoas mais crentes em Deus. O colunista
relembra que o Novo Testamento critica a vingança como uma forma de fazer
justiça.
Sakamoto
questiona quem ganha com essas medidas e diz que precisamos de soluções
estruturais para acabar com a violência. “A
redução vai apenas alimentar o ódio de quem já sente que foi abandonado pelo
resto da sociedade à sua própria sorte. Não é simplesmente punindo o jovem em
desacordo com a lei, mas também criando condições para que ele não caia nas
mãos de alguma facção criminosa”, diz Sakamoto.
O
colunista diz que podemos mudar as convenções e instituir a maioridade aos 16
anos. “Pois o problema não é a idade, mas
como preparamos as novas gerações para viverem em sociedade. E como cuidamos
delas. Se jovens de 14 começarem a roubar e matar, mudamos tudo novamente?”,
questiona o jornalista.
Para
Sakamoto, a “vingança institucionalizada
representada pela redução da maioridade penal significa, de certa forma, uma
declaração da falência do Estado, de inviabilidade do futuro e de incapacidade
da sociedade de encontrar saídas racionais”. (Com informações do Brasil 247).
Confira
a íntegra do artigo aqui.
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(Foto: Moacyr Lopes Júnior/ Folha). |
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