O
Brasil, é a segunda maior população negra fora de África, e de acordo com o
IBGE 2017, conta com uma população de 207,7 milhões, sendo este de maioria
mulheres, em um percentual de 51,8%, dentre elas maioria negra. Ainda assim
estamos condicionadas as piores relações, e condições de trabalho, salários,
moradia, saúde, mobilidade urbana e acesso à cultura em termo de produção,
execução, e ou conhecimento.
Nestes
últimos 130 anos houveram mudanças substanciais, na formação sócio cultural,
econômica e histórica de nosso país, da Abolição a Constituinte de 1988, essas
mudanças se evidenciaram em várias formas de expressão, como simbolismo da
resistência, à afirmação da identidade negra. Com tudo isso a população negra,
independente do sexo, recebe 50% menos na sua remuneração que a não negra,
quando se inclui o recorte gênero a situação fica ainda mais alarmante. A
remuneração de duas mulheres negras juntas, correspondem ao valor de uma mulher
não negra. De acordo com a Relação Anual de Informação Social (Rais), do
Ministério do Trabalho.
Os
14 anos de governo democrático e popular, nos inseriu nas condições de
cidadania, significando direito ao trabalho, a saúde, moradia e a educação, o
respeito aos direitos individuais e coletivos, tivemos soberania, e
desenvolvimento da nação. Conhecemos a autossuficiência do Pre-sal, um dos
recursos naturais da maior importância estratégica para um pais, bem como sua
representação técnica e cientifica/ Petrobrás. Que simbolizou uma alavanca para
vários setores econômico para o nosso país e para as categorias econômicas,
gerando milhares e milhares de empregos.
Hoje
o que temos para além de um governo ilegítimo e golpista, com apenas 4% de
aprovação, é o remédio amargo do desmonte do estado. A PEC da morte nos traz 20
anos de congelamento do estado, é o retorno do estado mínimo e do
neoliberalismo, bem como a entrega de nossas estatais como já vem acontecendo.
Estamos
em um momento onde o país atravessa uma de suas maiores crises sociais,
econômicas, sistêmicas e política. Onde o racismo estrutural se reapresenta com
formato moderno de flexibilização das condições e relações de trabalho, e assim
retrocedemos aos 130 anos antes da abolição. E com esse entendimento precisamos
ter e dar reconhecimento ao papel histórico das mulheres trabalhadoras, e em
especial á seu ícone: As Mulheres Negras, que sempre compôs a base da pirâmide
sócio econômica do nosso país, e por isso se encontra em maior fragilidade no
mercado de trabalho.
Esta
relação contextualizada na história, demonstra uma percepção multidimensional da
pobreza, que se exemplifica no cotidiano, na acessibilidade e na invisibilidade
da população negra, em especial as suas mulheres, que sofre a influência do
racismo estrutural na sua apresentação das relações sócio econômica e o racismo
institucional que se materializa nas relações onde o estado sustenta a
estratificação social, nas condições matérias para a nossa população, e assim
mantem o status quo. Esse cenário aponta, que ainda que esse estado não tenha
pena de morte, ainda assim é o que mais mata, um país em aparente estado de paz
na política global, se encontra com índice de mortalidade de guerra, pois de
forma velada se encontra em uma verdadeira guerra civil.
O
último país a constituir a abolição, O ano que se aproxima, dentro de um
cenário de grande significância, e o ano dos 130 anos da Abolição da
escravatura. “A abolição lenta (Lei da Terra 1850), gradual (Lei dos
sexagenários 1885) e segura (Lei do ventre livre 1871), que ensaiou uma
“liberdade” que ainda não cantou.
Desta
forma 2018, será um ano onde teremos que sustentar a bandeira do ensino público
e de qualidade, assim como primeiro emprego para a nossa juventude, em
contraposição a superlotação nos presídios. Temos que defender com veemência o
Sistema único de Saúde – SUS, pelo direito a um tratamento digno e mais humano
para aqueles que mais precisam, a população periférica, a mais pobre que é de
maioria negra. Precisamos continuar defendendo o desenvolvimento do nosso país,
dando centralidade na questão do trabalho, a valorização da mulher: Queremos a
materialidade da dignidade e do respeito, que tem o signo da igualdade de
oportunidade e de condição, pautamos a Convenção 100 da OIT - Trabalho Igual
para Salario Igual de Valor. Que social, e historicamente tem o mesmo ou maior
simbolismo, que a luta vitoriosa que tivemos, pela valorização do salário
mínimo. Em 2018 essa bandeira que unifica as mulheres em todos os seus
segmentos precisa ser entendida pelas centrais, como centralidade na luta de
classes.
Na
questão emblemática de defesa da democracia perceber também com reflexão, e a
perca dessas nos direitos individuais e coletivos, como: a intolerância
religiosa, lesbofobia, homofobia, feminicídio, e o genocídio de toda forma.
Assim
seguimos na guerrilha com o objetivo em:
Defesa
das Terra Indígenas e Quilombolas.
Da
vida de nossa juventude.
Pela
Liberdade Religiosa, e em defesa do Sagrado, Contra a Intolerância Religiosa.
Pelo
direito ao trabalho digno.
Pelo
salário igual, para trabalho de igual valor – Convenção 100 da OIT.
Pelo
direito e acesso à educação digna e de qualidade.
Defesa
de nossa soberania e recurso naturais/Meio Ambiente.
Saudações
Quilombolas! E vida longa a você heroínas e heróis que leva a luta
antirracismo, em defesa de nossos objetivos de nação, e de nossas vidas, por
quê vidas negras importam!! (Por Mônica
Custódio, no Portal Vermelho).
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Mônica Custódio. (Foto: Reprodução/ Portal Vermelho). |
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