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Faltam dois votos para que a homofobia vire crime. (Foto: Divulgação). |
Após
o quarto dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal, os votos favoráveis à
criminalização da homotransfobia e o enquadramento do preconceito na Lei do
Racismo já representam uma goleada no placar: 4 a 0. Além dessa ação, o Estado
foi responsabilizado por omissão inconstitucional por todos os ministros
votantes e a demora do Legislativo em criar um tipo penal específico para
crimes homofóbicos foi duramente criticada na sessão.
Para
a procedência das duas ações, são necessários que mais dois ministros votem a
favor. O julgamento, porém, não tem data prevista para ser retomado. Ao final
da sessão desta quinta-feira 21, o presidente Dias Toffoli disse que precisará
“reordenar” a pauta para considerar os demais processos.
Depois
do histórico voto do ministro Celso de Mello, Luiz Edson Fachin declarou que a
demora legislativa possui um agravante ao se considerar as notícias de violação
dos direitos da população LGBTI, além de dados que apontam o Brasil como um dos
mais perigosos para a comunidade. Citou, também, o compromisso do país com
organismos internacionais, e repudiou discursos de ódio “feitos também por autoridades públicas”.
“Não se trata de construir um tipo penal, mas de reconhecer a demora do Estado e aplicar, até que o congresso legisle, a Lei do Racismo”, disse Fachin.
Na
sequência da sessão, o voto de Alexandre de Moraes tratou primeiramente da
omissão do legislativo, questão na qual se deteve com maiores críticas. O
ministro salientou que a homofobia e a transfobia são os únicos casos em que o
Congresso não decidiu por punir condutas discriminatórias ainda. Ele se
colocou, entretanto, contrário à estipulação de um prazo definido para que a
lei seja criada – ponto contrário ao defendido por Celso de Mello e Fachin.
Luis
Roberto Barroso, quarto ministro a votar, defendeu que o STF deveria intervir
na defesa dos direitos fundamentais da comunidade LGBTI, e não apenas na questão
da liberdade sexual, ressaltando a integridade física, psíquica e o direito à
vida. No voto, argumentou com casos já julgados pelo Supremo no passado e
defendeu inclusão da homotransfobia na Lei do Racismo até que exista uma
legislação autônoma. Lembrou, também, que uma possível – e cada vez mais
próxima – decisão favorável pela criminalização ”em nada diminuiria a relevância religiosa” e a liberdade de
expressão, argumento utilizado pela bancada conservadora. (Com informações de
CartaCapital).
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