Um
projeto de lei apresentado na Câmara no último dia 7 pelo deputado Jerônimo
Goergen (PP-RS) pretende modificar o artigo 2º da Lei 13.260/16, conhecida como
Lei Antiterrorismo, para enquadrar manifestações e ocupações promovidas por
movimentos sociais como possíveis atos terroristas. Para advogada da ONG Artigo
19 Mariana Rielli, o texto quer criminalizá-los.
"Fica claro que o objetivo é criminalizar os
movimentos sociais. Já acompanhamos outros projetos parecidos com esse e mostra
a intenção de tornar a lei mais aplicável a esses grupos. A Constituição
garante o direito à manifestação e à liberdade de expressão. A própria Corte
Interamericana de Direitos Humanos e outros órgãos são contrários à criação
desse tipo de lei", afirma a advogada à jornalista Marilu Cabañas, na
Rádio Brasil Atual.
A
Lei Antiterrorismo aprovada em 2016 possui um excludente de tipicidade em
relação aos movimentos sociais. "Há
uma definição de terrorismo e esse dispositivo diz que movimentos sociais e
manifestações com fins reivindicatórios não estão incluídos nessa definição. À
época, isso não trouxe uma tranquilidade total para quem acompanhava a
tramitação da lei porque ela ainda possui alguns pontos bastante complexos, mas
diante do ímpeto criminalizador que ficou evidente nessa tramitação, foi
considerado um bom exemplo de redução de anos a existência dessa salvaguarda",
conta.
O
PL 9.604/2018 quer "criminalizar o
abuso do direito de articulação de movimentos sociais", de acordo com
o texto. "Ele traz um exemplo do que
seria esse abuso, que é a ocupação de imóveis rurais e urbanos. O que esse
projeto de lei possibilitaria é a aplicação da Lei Antiterrorismo contra
movimentos como o MST e o MTST", explica.
O
texto aguarda o despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ). (Com informações da RBA).
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Lei Antiterrorismo, aprovada em 2016, possui dispositivo que exclui os movimentos sociais da definição de terrorismo. (Foto: Mídia Ninja). |
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