O
governo enviou vários sinais de que não conseguirá aprovar a Reforma da
Previdência ainda este ano. Temer, além de alguns de seus principais
auxiliares, deram várias declarações que vão no mesmo caminho: O governo não
tem os votos suficientes para a sua aprovação.
“Eu já fiz a minha parte nas reformas
e na Previdência”, disse Temer em entrevista ao
Estadão/Broadcast. “Agora é preciso
convencer o povo, porque o Congresso sempre ecoa a vontade popular”,
completou. Temer lembrou que tem participado de programas populares para tentar
diminuir a resistência da população em torno do tema.
O
presidente afirmou ainda que avaliará, junto com o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), se o texto será colocado em pauta no dia 19 de
fevereiro, mesmo sem a certeza dos 308 votos necessários para aprovação. “Nós vamos insistir muito na reforma da
Previdência. Agora, de fato, é preciso ter votos. Nós temos duas, três semanas
para fazer a avaliação se temos votos ou não e depois decidimos se vamos votar
de qualquer maneira ou não”.
O
ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que se a reforma não for
votada em fevereiro, o governo não tem a intenção de insistir nessa pauta
indefinidamente. “Tem momentos em que a
batalha tem de parar, e achamos que é em fevereiro”, disse. “Se passar de fevereiro, não podemos ficar
com essa pauta de forma indefinida. Mas estamos com fé de que vamos construir
condições para votar a reforma em fevereiro.”
Já
nas contas do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), um dos vice-líderes do governo
na Câmara, há hoje no máximo 240 votos, e o governo não chegará “em nenhuma hipótese” ao número de votos
necessários para aprovar a proposta. Ele afirmou ter feito um apelo ao
presidente para adiar a votação e não marcar nova data.
“A Previdência está cada vez mais longe de
ser aprovada”, afirmou. Rosso, cuja base do eleitorado é de servidores
públicos, se colocou na linha de frente para negociar com o governo propostas
de interesse das categorias do funcionalismo na reforma. O deputado disse que
os servidores querem discutir no texto a regra de transição, pensão por morte e
tratamento especial para profissionais que atuam em atividade de risco, como
policiais.
Alterações.
De acordo com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o relator da
reforma, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), vai apresentar no dia 6 de fevereiro, o
texto da reforma com algumas alterações, como uma última cartada para a
aprovação. Em visita ao Rio de Janeiro para buscar apoio, Marun afirmou ainda
acreditar que o governo conseguirá os “40 a 50” votos que precisa para atingir
os 308 necessários.
O
deputado Beto Mansur (PRB-SP), também vice-líder do governo na Câmara, porém,
rebateu as declarações de Rosso. Disse que o governo manterá a apreciação da
proposta em fevereiro. “Temer não vai
recuar de jeito nenhum.” (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e
da Revista Fórum).
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Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebo/ Agência Brasil). |
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