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Personagem João Grilo, de o Auto da Compadecida. (FOTO | Reprodução | blog Café com Sociologia). |
A obra Auto da Compadecida desperta risos em públicos diversos, confirmando sua indiscutível qualidade cômica. Contudo, vai além do humor: apresenta profundas críticas sociais. Por meio de seus personagens, a narrativa retrata tipologias de brasileiros, especialmente nordestinos, oferecendo uma oportunidade para refletirmos sobre as condições socioestruturais em que estão inseridos.
O
filme é uma releitura da obra de Ariano Suassuna (1927-2014), que foi um
escritor, dramaturgo e poeta brasileiro, amplamente reconhecido como um dos
maiores representantes da cultura nordestina e da literatura brasileira.
Nascido em João Pessoa, na Paraíba, e criado no sertão, suas obras refletem as
tradições, mitos e dilemas do povo nordestino, muitas vezes utilizando
elementos da literatura de cordel e do teatro popular. Suassuna foi o autor de
obras icônicas, como A Pedra do Reino (1971), um romance épico que celebra a
cultura sertaneja. Além de sua produção literária, destacou-se como professor e
idealizador do Movimento Armorial, que buscava a valorização e a integração das
expressões artísticas populares com as eruditas. Ao longo de sua vida, Suassuna
recebeu diversos prêmios e deixou um importante legado para a literatura e
cultura do Brasil.
Auto
da Compadecida é uma peça teatral em forma de auto, dividida em três atos,
escrita por Suassuna em 1955. Desde sua criação, a obra tem sido adaptada e reinterpretada
em diferentes formatos, consolidando-se como um marco da literatura e
dramaturgia brasileira.
A
peça foi encenada pela primeira vez em 1974. Sua estreia no cinema ocorreu em
1969, com o filme A Compadecida. Em 1987, foi novamente adaptada para o cinema,
desta vez com o título Os Trapalhões no Auto da Compadecida . Em 1999, a obra
foi apresentada como uma minissérie pela Rede Globo, com o título alterado para
O Auto da Compadecida. No ano seguinte, em 2000, essa minissérie foi editada
para exibição nos cinemas. Em 2024, O Auto da Compadecida recebeu uma nova
edição cinematográfica, renovando o interesse pela obra e reafirmando sua
relevância cultural.
Ao
observar as características mais marcantes dos principais personagens,
destacamos os aspectos que os tornam “sociológicos”. Esses elementos revelam
traços socioculturais representativos de diferentes tipos de indivíduos
brasileiros, permitindo uma análise que conecta literatura e realidade social.
João Grilo
O
personagem João Grilo é especialmente rico para análises sociológicas,
antropológicas e políticas, pois sintetiza diversas dimensões da cultura, da
estrutura social e das dinâmicas de poder presentes no sertão brasileiro; mas
não só.
Na
produção de Ariano Suassuna, João Grilo representa bem o “homem comum” do
sertão, cuja astúcia é uma estratégia de sobrevivência/resistência em um
contexto marcado pela desigualdade social e econômica. Sua habilidade em
enganar figuras de poder, como o padre e o padeiro, funciona como uma crítica à
hierarquia social e às relações de exploração. Além disso, sua “malandragem”
simboliza a resistência dos mais pobres diante da opressão das elites.
João
Grilo exemplifica, de forma marcante, o uso da malandragem como estratégia de
resistência dos mais pobres frente à opressão das elites, aproximando-se da
interpretação da figura do malandro apresentada pelo antropólogo brasileiro
Roberto DaMatta.
Em
Carnavais, Malandros e Heróis (1979), DaMatta apresenta o malandro como uma
figura simbólica que encarna as ambivalências da cultura brasileira,
representando a astúcia, a capacidade de adaptação e a subversão das normas
sociais. O malandro é um personagem que vive à margem das regras formais da
sociedade, utilizando sua esperteza para contornar hierarquias e convenções. Ele
não se opõe diretamente às estruturas de poder, mas as manipula em seu favor,
com habilidades estratégicas e um profundo conhecimento das relações sociais.
O Malandro
O
malandro, nesse contexto, é mais do que uma figura caricata; ele personifica
uma lógica de sobrevivência em uma sociedade marcada por contradições, como a
coexistência de valores hierárquicos e igualitários. Ele também desafia a ética
do trabalho duro e da obediência, privilegiando a improvisação, o jogo e a
negociação como formas de “driblar” as imposições da vida cotidiana.
DaMatta
analisa o malandro como um contraponto ao herói, outro tipo que representa o
indivíduo virtuoso e disciplinado que ascende socialmente por meio do esforço.
O malandro, ao contrário, rejeita a rigidez das normas e valores heroicos,
optando por caminhos alternativos e informais para alcançar seus objetivos.
Essa figura revela, segundo DaMatta, aspectos centrais da identidade
brasileira, especialmente a forma como as relações sociais e as estruturas de
poder são vivenciadas e reinterpretadas no cotidiano.
O
malandro de DaMatta descreve muito bem o personagem João Grilo, de Ariano
Suassuna. Trata-se de um personagem, a partir do qual podemos refletir sobre
temas fundamentais para a Sociologia, a antropologia e a Ciência Política. A
seguir, destacamos como esses conceitos se mostram no icônico personagem.
Aspectos Sociológicos
Estratificação Social e Exclusão
João
Grilo personifica a base da pirâmide social do sertão nordestino, pertencendo a
uma classe marginalizada economicamente. Sua posição reflete as condições de
trabalho precárias, a ausência de direitos sociais e a vulnerabilidade das
populações rurais diante das elites (representadas, por exemplo, pelo major e
pelo padeiro).
Resistência
e subversão da ordem
Sua
esperteza desafia a ordem estabelecida pelas elites, mostrando como os mais
pobres desenvolvem estratégias informais para resistir e sobreviver em um
sistema que os oprime.
A
maneira como João manipula situações expõe as fissuras das estruturas de poder
e autoridade, desmascarando a hipocrisia social.
Religião, Controle Social e Resistência
João
Grilo é um personagem que explora o simbolismo religioso para atender às suas
necessidades, como quando manipula o padre e a esposa do padeiro.
Isso
pode ser lido como uma crítica ao uso da religião como instrumento de controle
social, mas também como uma forma de resistência popular, ao reinterpretar
esses símbolos de maneira pragmática.
Malandragem
João
Grilo incorpora a figura do malandro descrita por autores como Roberto DaMatta,
que é ao mesmo tempo um agente de ruptura e um produto da sociedade que o
molda. A malandragem é vista como uma forma de lidar com as desigualdades
estruturais, apontando para a criatividade e a improvisação como meios de
sobrevivência.
Mobilidade Social limitada
Apesar
de suas estratégias e inteligência, João Grilo permanece limitado em sua
capacidade de ascender socialmente, refletindo a rigidez da estrutura de
classes no Brasil rural, onde os privilégios são preservados pelas elites. No
contexto em que está inserido, a forma mais palpável de ascensão social seria
viabilizar o casamento de seu amigo com a filha do coronel, consolidando,
assim, uma aliança com a elite local.
Dicas de orientações teóricas para
aprofundamento
Karl
Marx seria útil para discutir as relações de classe e a exploração econômica
presente na figura de João Grilo. Ele poderia ser analisado como pertencente ao
proletariado rural, cuja força de trabalho é explorada pelas elites agrárias
(major, padeiro). A análise marxista destacaria como a divisão de classes no
sertão nordestino reflete uma estrutura capitalista mais ampla, marcada pela
concentração de riquezas e pela marginalização econômica.
A
teoria de Pierre Bourdieu permite analisar as formas de capital (econômico,
social e cultural) de João Grilo em contraste com as elites do sertão. A
exclusão de João Grilo pode ser compreendida não apenas em termos econômicos,
mas também pela falta de acesso ao capital simbólico, como prestígio social e
reconhecimento. Além disso, sua astúcia e esperteza poderiam ser vistas a
partir dos conceitos de senso prático e habitus.
Florestan
Fernandes pode ser utilizado para discutir como a exclusão de João Grilo
reflete as heranças de um sistema social baseado na escravidão e na
desigualdade estrutural no Brasil. A marginalização do personagem pode ser
associada à reprodução de desigualdades históricas que perpetuam a exclusão das
populações rurais e pobres no Brasil contemporâneo.
A
abordagem de Erving Goffman, com as noções de “representação social” e
“manipulação de impressões”, é útil para explorar como João Grilo constrói sua
imagem e manipula situações sociais em contextos de desigualdade. Sua interação
com os personagens de maior poder poderia ser vista como um “teatro” no qual
ele encena papéis para expor as fissuras da ordem estabelecida.
Aspectos antropológicos
João
Grilo é um personagem da cultura popular brasileira que se utiliza de saberes
populares em suas sociabilidades. Sua religiosidade pragmática, adaptada às
conveniências, por exemplo, reflete o sincretismo e a flexibilidade das crenças
populares no Brasil e como essas são adaptadas segundo os contextos culturais e
de necessidade de sobrevivência.
O
personagem reúne um conjunto de aspectos antropológicos que frequentemente
aparecem em obras introdutórias à Antropologia e em estudos dedicados à
Antropologia da cultura brasileira, especialmente aqueles que abordam o “homem
simples” e suas estratégias de sobrevivência em contextos de adversidades.
Oralidade e sabedoria popular
João
Grilo nos chama atenção para a existência da figura que incorpora e dissemina a
cultura oral do sertão, transmitindo valores, crenças e críticas sociais por
meio de suas falas e ações.
Sua
inteligência prática é uma expressão do saber local, revelando o uso da
sabedoria popular em contextos de escassez material e de necessidade de
sobreviver.
Simbolismo do Sertão
João
Grilo é um produto do imaginário do sertão, representando tanto a dureza da
vida quanto a capacidade de resiliência e adaptação.
Encontramos
nele um simbolismo da luta cotidiana contra as adversidades naturais (como a
seca) e sociais (como a exploração e o abandono) historicamente presentes na
vida de sertanejos exclusídos.
Rituais e moralidade flexível
Sua
relação com o sistema religioso revela a flexibilidade moral característica das
práticas populares. João adapta preceitos religiosos a suas conveniências,
evidenciando um sincretismo e uma pragmática espiritual próprios das populações
marginalizadas. A partir desse personagem podemos refletir como a cultura
religiosa brasileira, principalmente de origem africana, se adaptou como forma
de resistência e estratégia de popularização.
Figura do “anti-herói popular”
João
Grilo representa o “herói” típico das narrativas populares, mas em um formato
anti-heróico: ele não é moralmente perfeito, nem possui atributos físicos ou
sociais grandiosos. Sua força está em sua astúcia e em sua capacidade de
improvisação que o permite resistir as condições de privações sociais,
inclusive educacionais.
Dicas de orientações teóricas para
aprofundamento
Gilberto
Freyre seria útil para abordar o sincretismo religioso e a flexibilidade moral
presentes em João Grilo, refletindo a formação cultural brasileira marcada pela
interação entre tradições indígenas, africanas e europeias. Ele poderia
interpretar o pragmatismo religioso do personagem como uma expressão da
“plasticidade cultural” brasileira, capaz de adaptar-se a diferentes contextos
sociais e históricos.
A
análise de Darcy Ribeiro enfatizaria o sertão como um espaço simbólico da
resistência e adaptação cultural. João Grilo pode ser visto como um tipo do
“brasileiro”, cuja astúcia e oralidade refletem a criatividade das populações
marginalizadas na construção de estratégias de sobrevivência em um contexto
adverso.
A
perspectiva interpretativa de Clifford Geertz poderia ser aplicada para
explorar os significados simbólicos de João Grilo no imaginário cultural
brasileiro. Ele destacaria como a oralidade, os rituais e a narrativa de João
Grilo funcionam como “textos culturais” que revelam valores e práticas
coletivas, permitindo uma leitura mais profunda das formas de adaptação e
resiliência no sertão.
Aspectos Políticos
João
Grilo é um personagem emblemático da cultura popular brasileira, que subverte a
ordem social utilizando sua esperteza, mas sem escapar da condição de vítima
das estruturas de poder que o cercam. Seu contexto é marcado por relações
típicas do clientelismo e do coronelismo, reforçadas por uma estrutura
econômica e religiosa.
O
Auto da Compadecida, em sua totalidade, possibilita reflexões profundas das
relações sociais, da cultura popular e das estruturas de poder no Brasil,
expondo as estruturas políticas informais do sertão, caracterizadas por
relações de poder mediadas por violência e manipulação simbólica.
Os
personagens oferecem uma crítica à centralidade das elites e das instituições
autoritárias na manutenção da desigualdade, enquanto a figura de João Grilo
mostram como resistências informais e culturais emergem nesses contextos.
Relação com a comunidade
João
é uma figura contraditória em sua relação com a comunidade: ao mesmo tempo em
que age de forma egoísta em muitos momentos, suas ações frequentemente expõem
injustiças estruturais que afetam a coletividade.
Essa
ambiguidade reflete o ethos comunitário do sertão, em que valores de solidariedade
e individualismo coexistem.
Subversão da Autoridade
João
Grilo representa a resistência dos marginalizados frente às elites e às
instituições tradicionais de poder, como a Igreja Católica e os coronéis. Ele
expõe as fragilidades e as incoerências dessas autoridades, utilizando a
astúcia como forma de contestação política.
Sua
figura reflete a tensão entre a ordem formal (institucional) e a ordem informal
(da cultura popular), evidenciando como a política se desenrola nos limites da
legalidade.
João
utiliza estratégias pragmáticas para barganhar poder em contextos onde sua
posição inicial seria de submissão. Essa barganha se aproxima do conceito de
“contratos implícitos” em sistemas políticos informais, onde as regras não-escritas
desafiam a ordem oficial.
Crítica ao clientelismo
A
crítica ao clientelismo em “O Auto da Compadecida” é central para compreender
como as relações de poder no sertão nordestino são mediadas por dependência,
manipulação e subversão. No sistema clientelista, os desprivilegiados, como
João Grilo, dependem das elites para acesso a recursos básicos, proteção e
algum grau de segurança, enquanto as elites – representadas pelo major e pelo
padre – utilizam essa dependência como meio de consolidar e perpetuar seu
domínio.
João
Grilo, no entanto, subverte temporariamente essa lógica. Ele inverte a dinâmica
de poder ao manipular essas figuras por meio de sua astúcia e domínio da
oralidade, utilizando o sistema a seu favor. Um exemplo marcante é quando ele
convence o padre a realizar o enterro de sua cadela ou engana o major e o
padeiro para tirar proveito da situação. Essas ações desnudam as fragilidades e
hipocrisias das figuras de poder, que frequentemente priorizam seus interesses
pessoais ou simbólicos (como manter aparências ou proteger seus privilégios) em
detrimento de uma ética pública ou comunitária.
As dificuldades
Contudo,
a subversão de João Grilo não rompe estruturalmente com o sistema clientelista.
Suas vitórias são temporárias e situacionais, refletindo uma limitação inerente
à posição de quem resiste a partir da margem. Essa dinâmica revela a
resiliência do sistema de dependência no Brasil rural: mesmo que figuras como
João Grilo consigam enganar momentaneamente as elites, sua posição na estrutura
de poder permanece subordinada.
O
Auto da Compadecida, ao retratar essas relações, vai além da crítica
individualizada. Ele expõe como o clientelismo opera como um mecanismo de
controle social, perpetuando desigualdades históricas ao associar sobrevivência
à obediência e subordinação. Ao mesmo tempo, João Grilo simboliza a
criatividade popular, que encontra brechas para resistir, mesmo dentro de
sistemas altamente opressivos.
Essa
reflexão pode ser ampliada ao considerar como o clientelismo, embora associado
ao passado rural, mantém paralelos com práticas políticas contemporâneas. As
relações de troca de favores entre elites políticas e populações vulneráveis
continuam sendo estratégias de manutenção do poder, revelando a persistência de
uma lógica que dificulta a emancipação social e política das camadas populares.
DICAS
DE ORIENTAÇÕES TEÓRICAS PARA APROFUNDAMENTO
Antonio
Gramsci é útil para analisar como João Grilo encarna a resistência
cultural das classes subalternas frente à hegemonia das elites. Sua esperteza e
subversão podem ser interpretadas como expressões da “contraposição cultural”
dentro da luta entre hegemonia e contra-hegemonia. Gramsci também ajudaria a
discutir o clientelismo como uma forma de manutenção da hegemonia política no
contexto do sertão.
A
análise de Pierre Clastres sobre o poder político em
sociedades sem Estado pode ser mobilizada para discutir a tensão entre as
ordens formal (institucional) e informal (da cultura popular) representadas na
obra. João Grilo pode ser visto como uma figura que desafia a autoridade tradicional,
expondo a fragilidade das relações hierárquicas típicas do coronelismo e do
clientelismo.
Raymond
Williams, com sua abordagem sobre cultura e poder, permite uma
leitura crítica da obra como reflexo das estruturas informais que sustentam o
poder no Brasil. Sua ideia de “estrutura de sentimento” pode ser aplicada para
compreender as ambiguidades da relação de João Grilo com a comunidade, onde
coexistem solidariedade e individualismo, como parte de uma dinâmica cultural
mais ampla.
Celso
Furtado é um autor interessante para contextualizar
as estruturas econômicas do sertão nordestino e como elas moldam as dinâmicas
de poder. Ele ajuda a compreender como a dependência econômica das populações
marginalizadas reforça o clientelismo e limita a mobilidade social.
A
análise de Caio Prado sobre o Brasil como uma sociedade
formada para atender aos interesses coloniais ajuda a compreender o coronelismo
como uma extensão dessas estruturas. O major e outras elites da obra
representam figuras de poder que perpetuam a exclusão e a subordinação dos mais
pobres, como João Grilo. O clientelismo pode ser interpretado como um mecanismo
de manutenção dessa ordem social arcaica.
Atividades
pedagógicas
1. Produza
um Mapa Visual das relações de poder presente em “O Auto da
Compadecida”. O objetivo é identificar e analisar as relações de poder no
sertão brasileiro retratadas na obra, conectando-as a estruturas sociais do
Brasil contemporâneo. Para isso atenda as recomendações:
a) Junte-se
ao seu grupo e, juntos, assistam ou relembrem cenas da obra. Identifiquem as
relações de poder e dependência entre os personagens principais: o major, o
padre e João Grilo. Observem como essas dinâmicas se desenrolam.
b) Com
base nas discussões do grupo, elaborem um mapa visual ou conceitual das
relações de poder. Certifiquem-se de incluir:
Quem
exerce o poder em cada relação.
Quem
depende de quem e como essa dependência ocorre.
Como
essas relações são mediadas , destacando elementos como violência,
clientelismo, manipulação simbólica, entre outros.
c) Após
finalizar o mapa, seu grupo o apresentará para a turma. Explique as dinâmicas
de poder que vocês identificaram e analisem como essas relações refletem
práticas e estruturas sociais no Brasil atual, como o coronelismo e o
clientelismo político.
d) Participem
da discussão com a turma, comparando as ideias de todos os grupos. Reflitam
juntos sobre as permanências e mudanças nas relações de poder ao longo da
história do Brasil.
2. Como
as estratégias de João Grilo para manipular figuras de poder, como o major e o
padre, expõem as fragilidades das estruturas de autoridade no sertão? Relacione
essas estratégias com práticas políticas contemporâneas, como o clientelismo.
3. Explique
como a figura de João Grilo reflete tanto a resistência popular quanto a
limitação da mobilidade social em um sistema hierárquico e desigual. Utilize
exemplos da obra para fundamentar sua resposta.
4. O
que caracteriza a relação de João Grilo com figuras de poder, como o major e o
padre, no contexto do sertão?
(A)
Uma relação de igualdade, baseada na confiança mútua.
(B)
Uma relação clientelista, marcada pela dependência dos desprivilegiados em
relação às elites.
(C)
Uma relação de superioridade, com João Grilo controlando as elites de forma
permanente.
(D)
Uma relação exclusivamente religiosa, sem interferências políticas ou sociais.
5. Segundo
a análise apresentada, o uso da religião por João Grilo em O Auto da Compadecida
pode ser interpretado como:
(A)
Um exemplo de obediência absoluta às normas religiosas.
(B)
Uma forma de reforçar a hierarquia social e econômica do sertão.
(C)
Uma estratégia pragmática de resistência cultural e sobrevivência.
(D)
Uma tentativa de afastar-se completamente das questões sociais e políticas.
CRÉDITO
BODART,
Cristiano das Neves. Cinema e Sociologia: o personagem João Grilho, de
O Auto da Compadecida. Blog Café com Sociologia, dez. 2024.
_____
Artigo de Cristiano das Neves Bodart, no blog Café com Sociologia.
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