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(FOTO/ Divulgação). |
“Entre
esquerda e direita, continuo preta”. Dita no começo dos anos 2000, a frase
da ativista e intelectual Sueli Carneiro segue atual. A reflexão agora inspirou
o título da biografia que a jornalista Bianca Santana lança sobre Carneiro.
Resume, segundo a biógrafa, a falta de interesse da direita em ter pessoas
negras no poder, e evidencia como a esquerda, que diz ser antirracista, tem
poucas posturas de fato antirracistas.
Em
entrevista à coluna (assista aqui via YouTube ou ouça aqui pelo Spotify),
Santana falou também, baseando-se na história do ativismo e da obra de
Carneiro, sobre a conquista de espaço das mulheres negras no feminismo e na
luta antirracista. Carneiro questionou a ordem social racista presente também
no movimento feminista. Nela, o homem branco vem primeiro, seguido da mulher
branca, do homem preto e, aí sim, da mulher negra.
A
autora detalhou como foi a busca pelos ancestrais escravizados de Carneiro, o
começo de seu ativismo e o momento em que teve que lidar com a misoginia de
homens negros.
A
jornalista contou ainda que o assassinato de Marielle Franco a fez rever sua
própria trajetória de ativista e pesquisadora do tema. O episódio revelou à
jornalista, mesmo após tantas conquistas das mulheres negras, uma dureza do
racismo e do machismo que ela julgava não mais existir. “Para mim ficou evidente que mulheres negras podiam estudar, fazer
mestrado, doutorado, podiam até ser eleitas, mas que, se elas estivessem
incomodando muito, mesmo com um cargo de vereadoras, elas podiam levar tiros na
cara”, contou.
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Com informações do Metrópole. Clique aqui e assista à íntegra da entrevista.
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