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Morre aos 88 anos Chico Fenelon, ex-prefeito e ex-vice-prefeito de Altaneira. (FOTO/Reprodução). |
Texto: Nicolau
Neto
Faleceu
na por volta de 1h00 da manhã deste sábado, 12, Francisco Felenon Pereira, um
dos últimos remanescentes do processo histórico que culminou na emancipação
política do município de Altaneira.
Seu
Chico Felenon, como figurou no imaginário popular já vinha passando por
problemas de saúde há alguns meses, mas o quadro se agravou nos últimos dias. Ele
estava internado na Clínica São José em Juazeiro do Norte e a notícias de sua
morte já nas primeiras horas deste sábado, 12, abalou profundamente familiares
e causou comoção entre amigos e amigas não só de Altaneira, mas também de
municípios vizinhos.
Quem foi Chico Felenon
Fenelon
nasceu em 1931 no sítio Andreza (Assaré). Filho de Antônia do Espírito Santo e Antônio
Fenelon Pereira, o jovem Felenon inicialmente ganhou a vida como comerciante ao
lado de seu compadre Francisco Bispo de Assis, o Assis Baião.
Já
casado com Terezinha Correia de Meneses, Felenon resolve alçar novos voos,
agora no campo da política partidária, participando do processo pela
emancipação política de Altaneira, antes Vila Santa Tereza pertencente a Farias
Brito. Seu primeiro cargo é como vereador de Farias Brito, ao ser eleito com
171 votos em 1958.
Com
o sucesso da campanha pela emancipação, a lei que cria o município de Altaneira
é sancionada no dia 18 de dezembro do mesmo ano. Dois anos depois, há uma
reviravolta na política do recém criado município com o assassinato do coronel
Manoel Pinheiro de Almeida Farias, Né de Almeida. O fato acabou alçando Felenon
ao cargo de prefeito em 1960, se constituindo como o primeiro gestor. Ele
tentou voltar ao cargo em 1976, mas acabou sendo derrotado pelo então coletor
da Fazenda Estadual João Ivan Alcântara.
Duas
décadas depois, o mesmo Ivan o convite para disputar as eleições como o seu
apoio. Convite aceito e seu segundo mandato como prefeito foi garantido nas
eleições de 1982. Na eleição seguinte (1988) apoia para prefeito quem lhe deu
apoio, mas por não receber o aval de Ivan para concorrer como cabeça de chapa
em 1992, Felenon decide dedicar suas forças políticas apoiando o médico Eluízo
Tavares Magalhães contra o pernambucano Ednaldo Farias Solto, o mago. Fenelon e
Eluizio foram derrotados, mas a eleição entrou para a história política do
município como uma das mais acirradas.
Duas
vezes prefeito por Altaneira, ele também experimentou o cargo de vice-prefeito.
Por duas vezes em 2004 e em 2008 na chapa encabeçada por Antonio Dorival de Oliveira,
seu afilhado. No último não chegou a concluir, pois teve o mandato da chapa foi
cassado pela Justiça Eleitoral em face de conduta vedada praticada pelo prefeito
Antonio Dorival.
Entre
um mandato e outro, ele se dedicava ao comércio em Assaré e as atividades no
ramo da agropecuária no sítio São Gonçalo.
Do
casamento com Terezinha nasceram oito filhos, destes, seis mulheres – Vânia, Gleuba,
Kelma, Carla, Rivânia e Neiva – e dois homens – Antonio e César. Este último
chegou a exercer o mandato de vereador entre 1993 a 1996. Sua esposa falece em
2004 e dois anos mais tarde ele casa novamente, desta vez com a comerciante Francisca
Devanilda Nogueira.
As
últimas homenagens
O
corpo de Felenon foi velado na Secretária de Assistência Social contando com
uma cavalgada organizada pelo professor José Valdo. A tarde o corpo passou pelo
poder legislativo e seguiu em cortejo por parte das ruas José Rufino, Padre
Agamenon até a igreja matriz. De lá seguiu para o sepultamento.
Durante
todo o dia amigos, amigas e conhecidos do ex-prefeito escreviam em redes
sociais mensagens relatando a importância de Felenon para o município e da
perca que foi a sua partida.
Para
o prefeito Dariomar Rodrigues (PT) a maior homenagem que se pode dar ao Felenon
é seguir o exemplo dele. O advogado e bloguero Raimundo Soares Filho
compartilhou em sua rede social texto de seu blog com um pequeno histórico do
ex-prefeito. “A nossa pequena Homenagem ao Grande Chico Fenelon
#PrimeiroPrefeito #Altaneira #Fenelon #Luto”, diz a legenda que acompanhava a
postagem.
Já o
presidente da Câmara de Altaneira, o vereador Adeilton Silva destacou o papel
conciliador dele e disse que Fenelon enxergou a frente de seu tempo. “Sempre foi um grande conciliador, um grande
conselheiro é um grande pacificador. Homem correto, um visionário, um homem que
sempre enxergou à frente do seu tempo. Altaneira perde um dos seus mais
ilustres cidadãos. Nossos sinceros sentimentos aos familiares, amigos e
conterrâneos”, pontuou.
O
historiador Aldemir Ribeiro chegou a escrever “meu pesar a todos os familiares.
Chico Fenelon deixa a vida para entrar na história, como fez um dia um grande
político. Ele construiu sua própria história. Cabe a nós imortalizar os seus
atos através das gerações”.
“Chico Fenelon é um marco que nem o tempo
poderá apagar”, destacou o professor de Geografia Dhony Nergino.
Os
municípios de Altaneira e Faria Brito decretaram luto oficial. O primeiro por
sete e o segundo por três dias.
No
evento de posse do professor Nicolau Neto na cadeira nº 33 da Academia de
Letras do Brasil/Seccional Araripe nesta manhã no município de Araripe, o nome
de Fenelon foi lembrado e dedicado um minuto de silêncio.
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