No
Senado francês, em Paris, o presidenciável Ciro Gomes, do PDT, comentou a
situação política brasileira e os disparos contra a caravana do ex-presidente
Lula.
“Há uma escalada protofascista no Brasil,
animada fundamentalmente na Internet”, avalia. “Ela é estimulada por alguns quadros da política brasileira. Uma parte
relevante da direita brasileira começa a fazê-lo, mesmo sem uma vontade
explícita de que isso aconteça”.
O
pré-candidato à presidência participou de vários eventos na Europa. Na passagem
pela França, Ciro Gomes concedeu uma entrevista à RFI.
“Parte [da direita] é protofascista mesmo, e
outra parte permite isso, veja o exemplo do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, que, ao invés de pura e simplesmente condenar [o ataque à caravana de
Lula], que é o que se impõe a qualquer democrata, afirmou como primeira reação
que o PT está colhendo o que plantou”, acrescentou. “Nada justifica isso, por mais antagonismo que haja. Eu, por exemplo,
tenho muitos antagonismos recentes com parte da burocracia do PT e com parte de
seu comportamento estratégico, mas não é razoável aceitar que a bala, a pedra e
a violência substituam o argumento no debate político”.
“Na medida em que o banditismo começa a puxar o enfrentamento com o poder político, isso significa um conjunto de ideias e valores. (...) É o crime organizado se sentindo mais empoderado. É preciso exigir que as autoridades apontem e punam os culpados”, sinaliza.
Ciro
Gomes não acredita, porém, que a escalada de violência no Brasil possa adiar o
processo eleitoral em 2018. “Evidentemente
que a nossa baixíssima tradição democrática e o momento em que estamos, do
nosso ponto de vista, sob um golpe de Estado, permitem especulações de toda
natureza porque as instituições centrais já foram golpeadas e há uma certa
incapacidade das autoridades judiciais do país de impor esta ordem do Estado de
direito democrático”, afirma.
“Mas para que isso acontecesse [adiamento das eleições], deveria existir um poder, que não parece existir na nossa realidade contemporânea, capaz de subjugar as regras da Constituição. No passado foi uma interrupção militar, e hoje, diga-se, a bem da verdade, os militares têm se comportado com grande profissionalismo”.
Pouco
importa o que eu defenda [em relação à candidatura de Lula], o ideal para o
País é que todos nós pudéssemos nos apresentar, independentemente de nossa
linha partidária, e que o grande juiz fosse o povo, depois de um generoso e
fraterno debate que nos permitisse ajuizar o grave e complexo problema
socioeconômico do país e as formulações de estratégia”, considera.
“Entretanto há uma lei em vigor no Brasil, a
lei da Ficha Limpa. E ela é de uma transparência absoluta, que não permite
dubiedade na interpretação. A lei diz pura e simplesmente que o cidadão ou a
cidadã, condenados em segundo grau de jurisdição, fica sem o direito de ser
candidato(a). Portanto, é flagrante que o Lula não será candidato”, afirma.
(Com informações de CartaCapital).
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Ciro Gomes: a internet emula o fascismo. (Foto: Wikimedia). |
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