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Dilma anuncia pactos objetivando melhorar os serviços públicos no Brasil |
Constituinte
exclusiva ou Plebiscito para realizar a 'ampla e profunda' reforma política,
anunciada pela Presidenta Dilma em seu discurso na 2ª feira? Não importa a
forma, desde que se promova um efetivo aggiornamento da democracia brasileira,
em sintonia com os anseios sinceros da rua por mais participação e menor
influencia do dinheiro grosso no sistema político nacional.
O
mais importante é que o governo saiu da defensiva e desenhou o escopo de um
grande debate nacional, capaz de incorporar as vozes e inquietações das ruas.
E, sobretudo, destinado a dar à soberania popular o comanda das mudanças do
ciclo que ora se inicia. Cumpre às administrações locais avançarem nessa
direção criando contrapartidas de ampliação da democracia ali onde a vida
acontece, na gestão das cidades. A sorte de prefeitos e gestões progressistas
depende desse desassombro. Trata-se de abrir canais de escuta forte da
cidadania. Não canais ornamentais, mas instrumentos relevantes e críveis de
poder sobre o orçamento.
O PT tem experiências a resgatar; a
disseminação da tecnologia permite, hoje, mais que ontem, submeter a gestão da
cidade à soberania dos cidadãos. A Presidenta Dilma respondeu com perspicácia
histórica ao clamor das ruas. Disparou na direção certa. A questão que aglutina
a fragmentação das bandeiras desordenadas do nosso tempo é o poder. Todo o
processo de globalização e financeirização apoia-se na captura da soberania
popular pelo dinheiro grosso. Governos se emasculam. O voto se desmoraliza. Os
partidos se descarnam. A existência se acinzenta.
A
mídia conservadora é a torre de vigia desse. O poder democrático da sociedade
sobre ela mesma se esfarela. Ou ele se amplia, ou vence a exaustão caótica. E
com ela a bandeira já sussurrada pela direita e por seus ventríloquos
obsequiosos: 'ordem e um Napoleão de toga'.