Movimentos
sociais e centrais sindicais promovem, nesta quarta-feira 15, uma paralisação
nacional em repúdio às reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo
governo Michel Temer e em discussão no Congresso. A greve deve atingir ao menos
25 Estados e o Distrito Federal.
CartaCapital -
De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), profissionais de
diversas categorias devem interromper suas atividades, entre os quais
professores, metalúrgicos, petroleiros e bancários.
No Ceará, as mobilizações devem estar presente na capital Fortaleza e no cariri, especificamente em Crato e Juazeiro do Norte.
Em
São Paulo, os movimentos farão um grande ato a partir das 16h, com concentração
no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. A CUT anunciou a presença do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas a participação do petista ainda
não foi confirmada pela sua assessoria.
Considerado
prioritário para o governo, o projeto que prevê mudanças drásticas na concessão
de aposentadorias tem tramitado com rapidez no Congresso. “O que Temer quer
fazer não é reformar a Previdência, é acabar com a aposentadoria”, diz Vagner
Freitas, presidente nacional da CUT.
Sem transporte público
Ainda
em São Paulo, os motoristas e cobradores de ônibus prometem parar entre a 0h e
a 8h de quarta-feira. No fim da tarde de terça-feira 14, a Justiça concedeu uma
liminar favorável à gestão do prefeito João Doria (PSDB) e determinou que ao
menos 85% da frota de ônibus opere linhas que atendem escolas e hospitais e ao
menos 70% da frota atenda às demais linhas.
Na
decisão, a juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda
Pública prevê o pagamento de 5 milhões de reais de multa em caso de
descumprimento da ordem.
Em
assembleia realizada na noite desta terça 14, os metroviários decidiram
suspender as atividades durante as 24 horas do dia, mesmo após o Tribunal
Regional do Trabalho determinar a manutenção de um efetivo de 100% durante os
horário de pico e de 70% no restante do dia. O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) se antecipou à decisão da categoria e entrou na Justiça contra uma
eventual paralisação. A multa definida para o descumprimento da ordem judicial
é de 100 mil reais.
A
greve dos metroviários atinge as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, 5-Lilás e
15-Prata. A linha 4-Amarela funcionará normalmente, informa a ViaQuatro,
concessionária que administra o trecho.
Por
conta das greves, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o
rodízio de veículos nesta quarta-feira na capital paulista.
No
Rio de Janeiro, motoristas e cobradores de ônibus também anunciaram uma
paralisação de 24 horas, que afetará também o funcionamento do VLT e do BRT.
Professores também devem aderir ao movimento. O Sindicato Estadual dos
Profissionais de Eduacação (Sepe) convocou, nesta terça-feira 14, os educadores
das redes estadual e municipal para a paralisação de 24 horas.
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O país deve parar nesta quarta-feira, 15. Foto: Reprodução facebook Metroviários. |