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Magno Malta faz oração após a vitória antes do primeiro discurso. (Foto: Reprodução). |
O
senador Magno Malta (PR), que não se reelegeu no Espírito Santo, garante ter “espaço garantido no Palácio do Planalto, ao
lado do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL)”.
A
novidade é que o presidente eleito tende a escolhê-lo para uma nova pasta que
vem sendo chamada de “Ministério da Família”. Ela acomodaria Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos e outros órgãos que permitiriam uma conexão forte com
entidades do campo evangélico e uma atuação ligada a movimentos como o Escola
Sem Partido.
As
igrejas evangélicas tem centenas de entidades filantrópicas que atuam com
pessoas carentes e usuários de drogas. O governo Crivella, no Rio de Janeiro,
já tem utilizado essas entidades para realizar seus projetos sociais. A ação
tem sido criticada, mas garante ao governante o controle político-religioso dos
benefícios concedidos.
Até
agora, há quatro ministros confirmados por Bolsonaro: o juiz Sergio Moro
(Justiça), o economista Paulo Guedes (Economia), o general Augusto Heleno
(Defesa) e o astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
Ceme
Magno
Malta – aliado de Bolsonaro de longa data que saiu derrotado nas urnas em busca
da reeleição – virou motivo de debate entre integrantes do grupo que sustentou
a campanha. Para alguns, o senador não
tem espaço no futuro governo.
—
Quem decidiu isso de não ser vice não fui eu sozinho, fomos nós dois. Então, eu
não quero responder ninguém em jornal, quem chegou no ‘ônibus’ depois — disse
Magno Malta, sem citar nominalmente o vice-presidente eleito, general Hamilton
Mourão, que, recentemente, fez duras críticas a ele.
Camelo que precisa de um deserto
A
indicação de Magno Malta para o Ministério da Família não é, porém, tranquila.
O vice-presidente eleito, general Mourão, já deu uma dura declaração à
indicação.
“Ele deve estar a procura (de um ministério).
É aquela história, ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia
ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora ele é um elefante que
está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, é preciso
arrumar um deserto para esse camelo”, disse Mourão.
Em
resposta ao general, Malta atribuiu a sua derrota nas urnas ao fato de ter
priorizado a campanha de Bolsonaro, após o então candidato ter sofrido um
atentado no início de setembro em Juiz de Fora, Minas Gerais. O senador diz que
“apenas ele” poderia assumir o papel de Bolsonaro nas ruas do Brasil,
insinuando que Mourão não tinha preparo e condição de fazer isso. E que o fato
de sair representando Bolsonaro em atividades públicas Brasil afora foi o que
lhe levou a derrota no seu estado. (Com informações da Revista Fórum/O Globo).