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Greve dos caminhoneiros. (Foto: Reprodução). |
Estamos
no sexto dia do movimento que parou o país e pegou muita gente de surpresa. A
confusão e a dificuldade de compreensão do movimento tanto pela direita quanto
pela esquerda salta aos olhos. Para setores da esquerda trata se de um locaute.
Uma paralisação dos patrões. Outros dizem que seria um plano malévolo para
provocar uma intervenção militar.
A
direita midiática que inicialmente apoiou com entusiasmo o movimento agora foca
nos danos causados pela paralisação.
A
depender da fonte, de 30 a 40 por cento da frota de caminhões é composta por
autônomos, aqueles que são proprietários do próprio caminhão. Enquanto que de
60 a 70 por cento da frota é composta por caminhões de empresas
transportadoras.
Se
o movimento foi idealizado pelas empresas com apoio dos autônomos ou se foram
os autonômos que organizaram a paralisação e as transportadoras estão se
aproveitando para impor suas pautas especificas isto é secundário para se
buscar compreender o sucesso do movimento e o apoio popular que alcançou.
A
paralisação tem como causa primeira a política de preços dos combustíveis da
petrobrás inaugurada após o golpe de Estado qye derrubou Dilma Roussef. Pedro
Parente do PSDB assumiu a Petrobrás e decidiu que os preços dos combustiveis
flutuaria livremente sem qualquer controle.
Desde
então o diesel aumentou mais de 40 por cento. A gasolina e o gás de cozinha
cerca de 60 por cento.
Este
aumento praticamente zerou a remuneração dos autonomos e reduziu drasticamente
a margem de lucro das transportadoras. O impacto do aumento diário no preço dos
combustíveis levou a participação maciça dos autônomos o que ficou evidente
quando o desgoverno anunciou acordo para por fim a paralisação e o acordo
praticamente não teve efeito.
Então,
o motivo econômico da greve é claro.
Mas
os motoristas não estão reivindicando pela gasolina? Bom cada um reivindica em
sua categoria por aquilo que lhe incomoda mais.
E
qual a proposta do desgoverno para por fim ao movimento? Primeiro uma tentativa
de oferecer subsidios ao diesel utilizando recursos do orçamento ja com déficit
imenso de quase 200 bilhões de reais. Depois o uso das forças armadas para
tentar desobstruir as rodovias.
Sem
entrar no principal do problema que é política de preços louca que levou o
diesel a 4 reais, gás de 80 reais e gasolina de 5 reais.
Em
vez de beneficiar os acionistas majoritários que é o povo, em vez de agir como
empresa estratégica, Temer e Pedro Parente só enxergam os acionistas que têm
ações da Petrobrás na bolsa de valores. Isso certamente tem a ver com acertos
para o golpe.
Mesmo
sob risco de desabastecimento, a greve até agora conta com apoio muito grande
do povo. E por quê? Por que certamente o povo não aguenta mais esta política de
preços da Petrobrás. Não importa se você é de direita de centro de esquerda ou
do outro lado. Se você bateu panela ou gritou não vai ter golpe e vai ter luta.
A politica insana de Pedro Parente na Petrobrás de aumentar os preços dos
combustíveis todo dia afeta todos. Uns mais outros menos.
Dizer
que a paralisação é de direita é simplicar por demais a complexidade. Também
não contribui em nada não dialogar com a categoria. Um contingente de centenas
de milhares de trabalhadores e trabalhadoras precarizados precisam ser
escutados em suas demandas.
Explicar
ao povo que a greve é consequência do golpe. Que Temer e Pedro Parente atendem
aos interesses daqueles que tem ações da Petrobrás. Que o golpe tem como meta
destruir a Petrobrás. Este é o papel que cabe aos democratas, comprometidos com
a volta da democracia e com a luta contra o golpe.
É
na rua que o golpe vai ser derrotado. Os caminhoneiros, as caminhoneiras já
estão lá.
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