A
iniciativa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) na última quarta-feira
incomodou centenas de milhares de pessoas. O parlamentar foi o responsável pela
coleta de assinaturas para a implantação da CPI do HSC-Swissleaks no Senado
Federal [veja o requerimento aqui].
Em
menos de 24 horas Randolfe conseguiu 31 assinaturas, mais do que o mínimo
necessário para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A lista
dos que assinaram tem senadores da base do governo e também da oposição [veja a lista aqui].
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Senador Randolfe concede entrevista sobre a CPI do HSBC. |
O Brasil é o quarto país em todo o mundo com mais envolvidos no esquema de
sonegação bilionário; são 8.667 nomes. Destes, apenas algumas dezenas foram
divulgados por Fernando Rodrigues, blogueiro do UOL, único a ter acesso à lista
dos brasileiros sonegadores.
Randolfe
concedeu entrevista coletiva para a imprensa nesta quinta-feira (26) para
prestar esclarecimentos sobre a abertura da CPI, mas causou estranheza a
ausência do microfone da TV Globo na sabatina. A tímida cobertura da Globo
sobre o escândalo suscita suspeitas de que a emissora esteja na lista (até
agora secreta) do HSBC. O banco, por muitos anos, foi patrocinador oficial do
Jornal Nacional.
O
senador do PSOL lamentou que “o escândalo do Suiçalão” venha sendo
sistematicamente ignorado pelos grandes veículos de comunicação no Brasil.
Segundo Randolfe, essa seletividade denuncia o envolvimento de personagens
poderosos, que podem sempre se servir da benevolência de setores da imprensa.
Entenda
o caso HSBC
O
caso envolvendo o HSBC veio à tona após reportagens na imprensa europeia
mostrando que o banco mantinha milhares de contas secretas na Suíça para livrar
os clientes de pagamento de impostos. O escândalo, conhecido como Swissleaks,
tem como fonte original um especialista em informática do HSBC, o
franco-italiano Hervé Falciani. Segundo ele, entre os correntistas, estão 8.667
brasileiros, responsáveis por 6.606 contas que movimentam, entre 2006 e 2007,
cerca de R$ 20 bilhões.