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Seu Jorge (à esq) e Wagner Moura, o diretor do filme. (FOTO/ Reprodução/ Notícia Preta). |
O
ator e cantor Seu Jorge foi criticado nas redes sociais por ser supostamente
retinto demais para interpretar o papel do guerrilheiro Marighella no filme de
Wagner Moura. As críticas surpreenderam Seu Jorge e, em entrevista ao jornal
Folha de S.Paulo, o artista disse ver racismo nas raízes da controvérsia.
“Eu convivo com isso desde criança, nunca foi diferente. O que hoje é diferente é a possibilidade de representatividade. Um dos acertos desse filme é justamente devolver a origem de Carlos Marighella, um personagem que sofreu não só um apagamento, mas também um embranquecimento, como muitos outros da nossa história”, afirma.
“É
um processo de eugenização dizer que ele não era preto. Os avós dele foram
escravos, sabe, a questão é que ele nunca esteve nessa condição de homem negro
que se cala.”
A
situação é consequência de um país que ainda hoje não sabe ao certo como lidar
com seu histórico racista, acredita. Não ajuda também o fato de Sérgio Camargo
ocupar a presidência da Fundação Palmares, numa gestão que Seu Jorge julga ser
“contraproducente, um desserviço”. “É lamentável a postura desse senhor, que eu
não conheço e também não reconheço como um líder com capacidade de nos orientar
no caminho do progresso.”
Após
dois anos da estreia mundial no Festival de Berlim, o longa “Marighella” será finalmente lançado no
Brasil no dia 4 de novembro.
“É inacreditável que o filme só vá estrear
agora. Em Berlim, foi aplaudido de pé por dez minutos; Seu Jorge [que
interpreta Marighella] já ganhou prêmios na Itália e na Índia. Mas é um filme
feito para o Brasil. A primeira estreia foi cancelada pela Censura. Os pedidos
que a O2 [produtora] fez à Ancine eram absolutamente normais, negados
assustosamente numa época em que Bolsonaro atacava o cinema nacional“,
declarou o diretor do filme, Wagner Moura, ao jornal O Globo.
Gravado
na Bahia, em São Paulo e no Rio de Janeiro, o longa-metragem é baseado no livro
“Marighella o Guerrilheiro que Incendiou
o Mundo”, do jornalista e escritor Mario Magalhães, e mostra os últimos
anos de vida do guerrilheiro, morto em uma emboscada em 1969.
Com informações do Notícia Preta.
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