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Alexandre Lucas. (FOTO/ Reprodução). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
Sei
que não sabia ler ainda, nem vasculhar o mundo, tinha menos de uma década. Foi
no meio da rua que nos encontramos pela vez, era dia, ela, maior que eu, bem
maior, por algum tempo nos encontramos no mesmo lugar, sempre em silêncio, mas
com olhos de querer saber. Ficava naquele imenso muro, sozinha, não tinha como
ficar despercebida.
Depois
ela desapareceu, não deixou cartas, nem pistas. Fiquei sem notícias. Já tinha
passado mais de uma década, ainda pequeno para a dimensão do mundo. Em uma
noite encontrei algumas delas, numa grande rua, dançavam, altas e brilhosas.
Pareciam até uma fábrica de sonhos, meus olhos brilhavam como cetim. O céu
parecia um mar vermelho, cheio de ondas que faziam cambalhotas de esperança.
Depois
já éramos tão próximos, tínhamos tanta intimidade que carregamos nos braços da
razão. Já descobria sobre os desaparecimentos e os silêncios.
Já não conseguem apagar você, nem separar os nossos caminhos. Enquanto existem punhos que cruzam braços, outros pintam foices e martelos pelas ruas para construírem redemoinhos.
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