O
ex-ministro Juca Ferreira, que ao lado presidenta Dilma Rousseff respondeu a
perguntas de internautas hoje (19), pelo Facebook, disse que o programa Pontos
de Cultura, que atua em ações ligadas à cultura tradicional, indígena e das
periferias das grandes cidades, está em risco e deverá sofrer "ataques ou redução de importância",
durante a gestão do setor pelo governo interino, que extinguiu o ministério da
Cultura (MinC) e subordinou a pasta ao ministério da Educação.
Publicado originalmente na Rede Brasil Atual
"Não acredito que um governo conservador, regressivo e ilegítimo, como esse que está tentando se consolidar, tenha a grandeza para compreender a importância desse conjunto de iniciativas culturais da própria população", afirmou Juca, que lembrou que uma das atribuições do MinC era disponibilizar meios e recursos para fortalecer a produção cultural em todo o território brasileiro.
Ao comentar as recusas da jornalista Marília Gabriela, da cantora Daniela Mercury, da antropóloga Cláudia Leitão, da professora da FGV Eliane Costa e da atriz Bruna Lombardi para ocupar a secretária de Cultura criada pelo governo interino, Dilma disse que as mulheres "não querem ser tratadas como um fetiche decorativo", em alusão perda de importância da nova posta.
"As mulheres brasileiras são trabalhadoras,
profissionais dedicadas, lutam pelo seu espaço e têm plena consciência de seus
direitos. Tenho certeza que a razão das recusas está na qualidade da
consciência de gênero que nós adquirimos durante todos esses anos de luta contra
o preconceito", afirmou a presidenta.
Dilma
lembrou ainda que o orçamento para o MinC representava menos de 1% do Orçamento
da União, alegando, portanto, que a sua extinção não deve contribuir para
significativa redução de despesa.
Por
outro lado, os investimentos em Cultura trazem benefícios como o fortalecimento
da coesão social, a melhoria da qualidade de vida, redução da violência e
capacita a sociedade para os desafios da atualidade. "Um País das
dimensões do Brasil não pode ter sua economia dependendo da exportação de
commodities agrícolas e minerais. É preciso desenvolver economias de grande
valor agregado, como é o caso das economias culturais, criativas ou
simbólicas", detalhou a presidenta.
Para
ela, o golpe em marcha coloca em risco políticas culturais que transformaram a
música e o cinema em setores lucrativos e superavitários. "Essa propalada economia com o corte do
Ministério da Cultura é pura demagogia."
A
presidenta negou também que o MinC privilegie projetos culturais "de
esquerda" e frisou que as decisões de escolha de projetos apoiados pelo
ministério são feitas sem distinção política e ideológica. "Nada tem de partidarizado. As linhas de
fomento e incentivo às artes, cinema, teatro, dança, são feitas sem nenhuma
orientação ideológica ou política, baseada em critérios artísticos e culturais."
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Juca afirma que 'governo conservador e ilegítimo' não compreende importância dos pontos de cultura. |
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