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(FOTO/ Pixels). |
As
atitudes racistas geralmente se iniciam no ensino infantil, quando as crianças
reproduzem falas e comportamentos aprendidos no meio familiar, ou ao serem
vítimas de diferenciação no tratamento docente. Uma pesquisa recente feita em
uma creche pública em Minas Gerais mostrou que bebês negros são vítimas dos
próprios professores em atos simples como não terem direito a tomar banho.
“Uma escola e um professor que não valorizam
o pertencimento étnico-racial dos estudantes criam um desinteresse pela
educação. A criança e o jovem passam a querer faltar, a não ligar para as
tarefas, muitos ficam agressivos. A internalização de estereótipos também é um
fator que leva à não aceitação de si mesmo, da sua origem”, explicou a
pesquisadora e professora de História da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), Ana Cristina Juvenal da Cruz, em entrevista ao jornal O Globo.
Ainda
na reportagem sobre educação antirracista, Jaqueline Santos, consultora de
equidade racial do Projeto Seta (Sistema de Educação por uma Transformação
Antirracista), pontua que é preciso planejar uma gestão educacional entre
governos e profissionais da educação. Ela também ressalta que é preciso
reconstruir materiais didáticos e implementar atividades que tragam o debate
para o ambiente escolar. “Secretarias de
Educação e Ministério da Educação devem assumir essa agenda em todas as suas
necessidades: fortalecimento do marco legal, formação de profissionais da
educação, financiamento de pesquisa e produção de materiais didáticos e
paradidáticos, gestão democrática com foco em equidade racial e comunidade
escolar sensibilizada, comprometida e engajada na temática, condições institucionais
com recursos financeiros, materiais e humanos e monitoramento e avaliação. Tudo
isso dá base para a implementação efetiva da temática.”, explica a
consultora.
Vale
destacar que racismo é crime previsto na Lei 7.716/89 e sempre deve ser
denunciado. A legislação define como crime a discriminação pela raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de
prisão e multa aos infratores. A denúncia pode ser feita tanto pela internet,
quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes
raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância
(Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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Com informações do Notícia Preta.