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44,4% dos vereadores são professores. Foto: Júnior Carvalho |
O
poder legislativo do município de Altaneira é composto por nove vereadores.
Desse número, três são mulheres. Uma comunista, uma social-democrata e outra
socialista (PCdoB, PSDB e PSB, respectivamente). Completam o quadro, mais um comunista, um
progressista, dois republicanos, um democrático trabalhista e um social liberal
(PCdoB, PP, PDT e PSL, nessa sequencia).
Toda
via, o que chama a atenção nesse panorama político não é evidentemente, o
número de mulheres na casa, o que não deixa de ter a sua importância. Tão pouco
é as seis agremiações no parlamento municipal. O que nos chama a atenção e nos deixa
intrigados é que desse número, 4 (quatro) são professores, em termos
percentuais representa nada mais nada menos que 44,4%. Um número bem significativo.
O
que representa ser professor (a) e vereador (a) em Altaneira? Em tese deveria
significar uma melhoria na qualidade das discussões no plenário. Em tese,
porque na prática o que vemos são debates (na sua grande maioria) infundados, às
vezes até infantis. Na última sessão
plenária, por exemplo, realizada dia 17/09, testemunhamos um daqueles que se o
caso não fosse tão sério, afinal são os “representantes do povo”, daria no
mínimo para expulsar qualquer cidadão de bom senso da casa. Parlamentares que parecem desconhecer o
regimento interno e, se considerarmos que o conhece, estão a todo vapor o rasgando.
No calor do debate a Vereadora e também professora Zuleide (PSDB) interrompeu o
discurso do Vereador (esse só vereador) Flávio Correia (PCdoB). Este demonstrou
irritação e afirmou: “tenho certeza que se eu for debater com a senhora eu saio
ganhando”. Zuleide, ironicamente refutou: “é porque eu sou boazinha e deixo o
senhor ganhar”. Se não fosse tão sério,
seria uma boa piada.
Ora,
nenhum (a) vereador (a) está lá para se engalfinhar. Tão pouco para disputar quem
tem um discurso mais bonito, ou para ver quem fala mais, etc. Não custa lembrar
que cada parlamentar foi eleito pelo povo, é pago pelo povo e por este e com
este deve-se trabalhar.
Segundos
dados do portal da Câmara, a última sessão pouco mais de duas horas de duração
e apenas um requerimento. Nada mais. Toda via, o bate rebate continua sendo um
circulo vicioso entre nossos legisladores-fiscalizadores. Nenhum projeto sequer.
Poderíamos até dizer que sem nenhuma discussão importante no tema livre.
Os
legisladores estão preferindo ir para a sessão com as mesmas armas. A oposição
para criticar por criticar (quando o passado lhe condena) e a situação para se
defender e se valer do passado que mutila a frágil oposição. O resultado disso
são discursos enfadonho, saturado, repetitivo e sem grandes contribuições para
a melhoria da sociedade altaneirense.
Até
quando iremos testemunhar isso? E o que precisa ser feito? Está na hora da
juventude acordar e procurar se inserir nos espaços de poder. Deixarem de ser
coadjuvante. Deixarem de discutir infantilmente e colaborar nesse processo. Afinal de contas, a juventude sempre teve papel preponderante nos movimentos sociais, emprestando a
eles sua força, irreverência e capacidade de protesto contra toda e qualquer
forma de tirania e ditadura. Assim, os movimentos estudantis são fontes
naturais de novas lideranças políticas, essenciais para a renovação de sistemas
obsoletos e que perderam a capacidade de dialogar com os anseios atuais da
sociedade.