O
deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), novo líder da
bancada do PT na Câmara, afirmou hoje (6) à RBA que a retomada da Comissão de
Direitos Humanos (CDH) será uma das prioridades do partido a partir de 14 de
fevereiro, quando acaba o recesso parlamentar. No ano passado, o PT abriu mão
de disputar a CDH, ocupada historicamente por parlamentares progressistas, e a
comissão acabou dominada por grupos religiosos, que elegeram Marco Feliciano
(PSC-SP) para a presidência.
![]() |
O Deputado Federal Vicentinho, novo líder da bancada do PT na Câmara, afirma que retomada da Comissão de Direitos Humanos será uma das prioridades da agremiação. |
Dono
de um discurso considerado homofóbico e racista, Feliciano imprimiu à CDH uma
pauta oposta à defendida por movimentos de direitos humanos e cidadania. Entre
outras iniciativas, tentou derrubar resolução do Conselho Federal de Psicologia
que proíbe psicólogos de oferecer tratamento para a homossexualidade e buscou
reverter a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que obriga cartórios
de todo o país a registrar a união civil homoafetiva. As tentativas falharam no
plenário.
“O que aconteceu na Comissão de Direitos
Humanos não pode se repetir. Faremos todo o possível para que a comissão volte
a ser presidida por um deputado do PT ou de um de nossos aliados que seja
profundamente comprometido com os direitos humanos”, afirmou Vicentinho.
Segundo ele, outras comissões estratégicas para o partido são a de Constituição
e Justiça, uma das mais disputadas da Casa, a de Trabalho, que há dez anos não
é presidida pelo PT, e de Legislação Participativa.
A
reforma política, tema que alimentou polêmica no Congresso, só deve voltar à
pauta após as eleições.
“Foi um retrocesso. Nosso objetivo era uma
reforma política para valer em 2014, mas encontramos barreiras inclusive entre
nossos aliados. Não vejo como avançarmos com um projeto de reforma política
verdadeira, que contemple o financiamento público de campanha e outros pontos
essenciais, durante a disputa eleitoral. Temos de voltar ao tema apoiados por
uma grande mobilização social após as eleições”, avalia Vicentinho, que
acredita que o debate já se estendeu por tempo suficiente e vê a pressão
popular sobre o Congresso como melhor maneira de levar a pauta adiante.
Para
tanto, Vicentinho afirma estar empenhado em “aproximar a bancada cada vez mais dos trabalhadores e das causas dos
trabalhadores”, assim como da própria militância petista –durante os
debates sobre a reforma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a
articulação pela reforma política, a juventude do PT chegou a pedir a expulsão
do deputado federal Cândido Vaccarezza por adotar posições distintas daquelas
definidas pelo partido.
Via Rede Brasil Atual