Seguindo
os passos de outras escolas que politizaram a Sapucaí, como Paraíso do Tuiuiti
e Mangueira, na segunda-feira 12 foi a vez da Beija-Flor de Nilópolis fazer a
sua crítica à política nacional. Última a cruzar a avenida, a escola optou por
fazer um paralelo entre Frankstein, romance de Mary Shelley que completa 200
anos e as mazelas brasileiras.
A
partir do samba-enredo “Monstro é aquele
que não sabe amar. Os Filhos Abandonados da Pátria que os Pariu”, a escola
resgatou o romance, essencialmente o fato de Frankstein ser lançado à própria
sorte depois de criado, para questionar quem são os abandonados dessa pátria,
quem são os que abandonam os filhos à própria sorte?
As
36 alas buscaram refletir as desigualdades sociais, a falta de respeito e o
amor com o que é diferente. A ala “Imposto dos Infernos, por exemplo, trouxe a
crítica à taxa cobrada desde o ciclo do ouro e relembrou o Brasil como o país
que tem maior carga tributária. Já a ala “Corte da Mamata – Quadrilha no poder
trouxe os passistas como ratos e abutres para mostrar os interesses dos líderes
políticos. A corrupção também foi destaque na avenida, satirizada com
colarinhos brancos e caixas de pizza.
A
escola também não deixou de lado temas como a violência no Rio de Janeiro, a
morte de policiais, a intolerância religiosa e das torcidas de futebol. O carro
“A Intolerância”, por exemplo, fez menção
a questões como xenofobia, preconceito, discriminação, feminicídio, racismo,
rancor e homofobia. A cantora Pablo Vittar representou a luta contra a
intolerância de gênero e Jojo Todynho a luta pela intolerância racial e
xenofobia.
O
desfile da escola agradou a arquibancada e repercutiu positivamente nas redes
sociais. A Beija-Flor entrou nos trending topics do Twitter com média de 45 mil
posts. (Com informações de CartaCapital).
![]() |
A violência no Rio de Janeiro foi um dos temas retratados pela Beija-For. (Foto: Mauro PIMENTEL/ AFP) |