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Filme brasileiro "A última floresta", de Luiz Bolognesi, vence prêmio do público em Berlim. (FOTO/ Divulgação). |
O
filme brasileiro "A Última Floresta", dirigido
pelo cineasta e antropólogo Luiz Bolognesi com o apoio do xamã Davi Kopenawa
Yanomami, ganhou o Prêmio do Público, na seção Panorama Documentário, no
Festival de Berlim, que se encerrou neste domingo (20).
Em
imagens poderosas, alternando entre observação documental e sequências
encenadas, além de paisagens sonoras densas, Luiz Bolognesi documenta a
comunidade indígena Yanomami e retrata seu ambiente natural ameaçado na
floresta amazônica. Em
consequência das restrições decorrentes da pandemia do coronavírus, a
importante Berlinale, como é conhecido o Festival, modificou este ano seu
calendário e apresentações. Em março, houve um festival online reservado para
os profissionais do cinema e para a crítica. Agora, em junho, houve pela primeira
vez um Festival de Verão. O
filme A Última Floresta despertou
bastante interesse, em consequência da situação vivida atualmente pelo Brasil,
onde não só os garimpeiros como os madeireiros estão destruindo a Floresta
Amazônica e invadindo comunidades indígenas. Na
verdade, destruir as florestas faz parte de um antigo projeto da época da
ditadura militar (1964-1985), adotado pelo então candidato Jair Bolsonaro, que
lhe valeu o apoio na campanha eleitoral de grandes empresas interessadas em
plantar cereais, como a soja, e desenvolver, na vasta área desmatada, a criação
de gado bovino e suíno. Tanto o garimpo, como as madeiras seculares, os cereais
e o gado serão destinados à exportação. A
exibição do filme foi precedida com a distribuição de uma nota explicativa para
o público alemão e para a imprensa: desde que Jair Bolsonaro assumiu o cargo em
2019, os garimpeiros de ouro e pedras preciosas voltaram a penetrar de forma
massiva no ambiente de vida dos Yanomami na região da fronteira entre o Brasil
e a Venezuela. Os
invasores não apenas envenenam a água com mercúrio, como também trazem doenças
mortais - mais recentemente a covid-19 - para essas comunidades indígenas
isoladas. Com suas promessas de um mundo moderno, os garimpeiros também tentam
cada vez mais os jovens a abandonar suas vidas tradicionais na floresta. Tendo
documentado a vida do Paiter Suruí em Ex Pajé, o cineasta e antropólogo Luiz
Bolognesi agora se aproxima de outra comunidade indígena nas florestas
tropicais da Amazônia Em
seu novo trabalho, ele alterna filmagens tradicionalmente observacionais com
sequências encenadas desenvolvidas em colaboração com o xamã Davi Kopenawa
Yanomami, um dos porta-vozes dos Yanomami mais conhecidos internacionalmente. Desdobrando-se em imagens impressionantes, paisagens sonoras em várias camadas e seções musicais sutilmente editadas, essas sequências descrevem os mitos da criação Yanomami, sua relação com a natureza e sua luta contínua para preservar seu ambiente natural. |
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Com informações do Brasil de Fato.