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Estudantes dos 1º anos da EEMTI Pe. Luís Filgueiras em momento de acolhida no início do ano letivo 2023. (FOTO | Reprodução). |
Por Nicolau Neto, editor
A EEMTI Padre Luís Filgueiras, uma das duas instituições da rede pública estadual do Ceará, localizada no município de Nova Olinda, na região do cariri, conta hoje com 12 turmas em regime integral, sendo 5 primeiros anos, 4 segundos e 3 terceiros e mais de 500 estudantes matriculados.
Não
há como pensar o Brasil e, em particular a educação, sem trabalhar a
diversidade. É impossível falar em democracia na sua amplitude sem se voltar
para os dados alarmantes de casos de racismo, uma herança perversa de mais de
300 anos de escravização. Em um país que assopra aos quatro cantos do mundo que
vive estado democrático de direito, é muito salutar colocar os pingos no is,
visto que dados educacionais tem demonstrado que a maior taxa de evasão escolar
são de pessoas negras, pois precisam fazer a difícil escolha entre trabalhar e
ajudar em casa ou estudar; aqueles e aquelas que escolhem os estudos não
conseguem acompanhar os demais que possuem condições financeiras razoáveis (a
maioria não negros).
Analisar
a educação e de maneira particular as escolas passa necessariamente pelo
entendimento das relações étnico-raciais, trazendo a lume dados que façam
menção as questões de gênero e das etnias, sem esquecer as classes sociais.
Dentro dessa perspectiva desenvolvi uma pesquisa visando colher informações
referentes a questão étnica-racial dos/as estudantes da Escola de Ensino Médio
em Tempo Integral Padre Luís Filgueiras, em Nova Olinda, no interior do Ceará.
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Dados raciais da EEMTI Pe. Luís Filgueiras. (Gráfico colhido junto do google forms elaborado pelo professor Nicolau Neto). |
Os
dados são parte integrante das ações desenvolvidas em sala visando a educação
para as relações étnico-raciais, tendo como base os critérios utilizados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e pelo Estatuto da
Igualdade Racial quanto a cor ou raça.
O
questionário foi feito pelo Google Forms e encaminhado nos grupos de WhatsApp
de cada uma das 12 turmas não levou em consideração aqueles/as que estão matriculados/as
no período noturno e recebeu respostas de 340 estudantes do período integral.
Pelos
números, foi constatado que a parcela de estudantes que se declara preta atingiu
14,7%. O grupo que se reconhece como pardo, no entanto, é maioria, com 61,8%
das respostas no formulário. É importante frisar que tanto para o IBGE quanto
para o Estatuto da Igualdade Racial, a população negra no Brasil é definida pela
somatória de pardos e pretos. Assim, negros na EEMTI Padre Luís Filgueira
representam 76,5%.
O formulário também apurou que a 1,8% se reconhecem como indígena; 0,3% como amarelos e a parcela de estudantes brancos atingiu 21,5%.
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