![]() |
Alexandre Lucas. (FOTO/ Arquivo Pessoal). |
Por Alexandre Lucas, colunista do Blog
O carnaval, mas que a festa de “valer a carne” agrega uma cadeia produtiva que movimenta a economia do setor cultural e suas variantes, fortalece identidades e diversidades culturais, congrega pessoas, frutifica empreendimentos e organizações comunitárias. A economia precisa circular, neste período pandêmico, as políticas públicas para a cultura devem ser norteadas para a sobrevivência das trabalhadoras e trabalhadores da cultura de forma transparente, democrática, desburocratizada e de forma permanente.
As
vidas devem ser mantidas, as festas e as aglomerações evitadas e combatidas
como política de estado. O enredo do carnaval deste ano deve ser pautado na
defesa da manutenção das vidas, obviamente não se mantem vidas com alegorias.
Esse
tempo não é de aglomerações, mas também não é o período das lives e
apresentações virtuais gratuitas para o Poder Público. Não é tempo de se
abraçar e nem de abraçar um passado em que a política pública era desnorteada
pelo discurso de “divulgação de trabalho”, continuamos querendo saber o que
vamos comer hoje, amanhã e depois, esse período de instabilidade política,
econômica e sanitária, não nos reserva tempo para a “festa”.
A
Lei Aldir Blanc apresentou caminhos importantes para distribuição democrática e
republicana de recursos públicos como forma de redução dos danos provocadas
pela Pandemia no país, e ao mesmo, detectou fragilidades e apetrechos jurídicos
que precisam ser repensados, aprimorados e adequados a realidade diversa e
particular do setor cultural, como forma de desburocratizar, didatizar
processos e fazer chegar os recursos para além dos maratonistas de editais.
A
ausência do carnaval deste ano gera prejuízos econômicos para diversos setores.
Desde o setor hoteleiro ao vendedor de bombom, músico, costureira e designer
gráfico, etc. É preciso encontrar
alternativas que possam reduzir esses impactos econômicos e não se esconder por
trás da crise.
Os
governos estaduais e municipais geriram a maior parte dos recursos para a
cultura em 2020, através da Lei Aldir Blanc, fruto de grande processo de
articulação da sociedade civil, gestores, parlamentares e militâncias
partidários do campo democrático e da esquerda. O que possibilitou a movimentação da
economia do setor cultural, em alguns locais de forma satisfatória, em outros
regular e também com experiências revoltantes.
Como está a situação financeira de cada munícipio e estado brasileiro e quanto tem para investir na política pública para a cultura? O que se coloca no momento não é o investimento na festa carnavalesca, até mesmo pela sua impossibilidade, mas o que está em jogo é quanto cada estado e município tem de recursos e quais gestores municipais e estaduais estão dispostos a defender a manutenção das vidas deste setor gravemente atingido pela pandemia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!