As
declarações homofóbicas do candidato à presidência da República, Levy Fidélix
(PRTB), no debate de ontem (28), realizado pela TV Record, causaram revolta na
comunidade LGBT e em defensores dos Direitos Humanos em geral. Um protesto
contra o candidato está agendado para este fim de semana e agora ativistas
estão organizando uma ação judicial coletiva contra Fidelix por incitação ao
ódio e danos morais coletivos.
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Candidato a presidência Levy Fidelix (PRTB) faz discurso homofóbico em debate promovido pela TV Record. Foto: Divulgação. |
Ao
ser questionado pela candidata Luciana Genro (PSOL) a respeito da
criminalização da homo-transfobia e casamento igualitário, Levy Fidélix iniciou
dizendo que se tratava de “um assunto
pesado” e que era preciso “reagir”
contra a população LGBT. “O Brasil tem
200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para cem. Vai para a
Paulista, anda lá e vê, é feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem.
Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha
medo de dizer que ‘sou pai, uma mãe, vovô’, e o mais importante é que esses que
têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo,
mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá”, declarou.
Logo
depois da resposta homofóbica, o assunto viralizou na rede. Várias
manifestações foram organizadas e, indignados, ativistas questionavam a
possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) punir o candidato por
discurso de ódio e incitação à violência. À reportagem da revista Fórum, a assessoria
de comunicação do TSE declarou que, para o Tribunal agir, é necessário que ele
seja acionado externamente.
De
acordo com a ativista do Coletivo de Feministas Lésbicas (CFL), Irina Karla,
mais de 200 pessoas já estão mobilizadas para encaminhar uma ação judicial
coletiva e acionar o TSE. Como o debate foi realizado no estado de São Paulo,
os ativistas também pretendem enquadrar Levy Fidelix na lei estadual 10.948/02,
que pune atos homofóbico; entre eles, discursos de ódio.
Por
fim, Irina Karla afirmou que o discurso do candidato, em pleno debate
eleitoral, pode encorajar pessoas a agredirem LGBTs. “Ao ouvir o candidato associar a pedofilia à homossexualidade, me senti
ofendida. Não sou criminosa, nunca abusei de uma criança. E ainda continuou
dizendo que é só olhar para a Paulista, que a coisa está feia lá. Nos últimos
três anos, nós não andamos mais tranquilos na Paulista, temos medo de levar
lampadadas no rosto, de apanhar, de sermos agredidos, como vamos andar
tranquilos lá? Será que as pessoas que já nos agrediam não vão se sentir mais
encorajadas a isso? E ainda, para piorar, termina dizendo ‘vamos enfrentar essa
minoria’ e que nos quer vivendo bem longe, fazendo lembrar de quando nos
colocavam isolados, em clínicas, como doentes ou, ainda pior e mais agressivo,
em campos de concentração”, criticou a ativista.
Via
Revista Forúm
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